Com um discurso voltado para transformação e renovação, o candidato à Presidência da República, Pastor Everaldo (PSC), visitou o Ceará ontem. Ele foi o primeiro candidato ao Palácio do Planalto a visitar as terras alencarinas após o início oficial da campanha eleitoral na semana passada. Na ocasião, Everaldo defendeu a redução do “aparelhamento da máquina pública” e as reformas política e tributária. Para ele, o País precisa “abrir-se para um novo ciclo”. O pastor ainda criticou a administração de Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição. “Tenho viajado o Brasil inteiro e tenho sentido que a população deseja mudanças, inclusive pesquisa recente aponta que 74% da população quer mudança. E nossas propostas têm ido ao encontro do anseio do povo brasileiro, que é transformar, inverter a lógica do atual governo, que apenas tem se servido do cidadão. Um governo inchado, aparelhado que cobra uma alta carga tributária e, na hora da prestação de serviço, não executa com qualidade” declarou o presidenciável, durante coletiva no início da manhã de ontem, acrescentando que, caso eleito, cortará na “própria carne” os gastos desnecessários, como o excesso de ministérios e cargos comissionados. E disse ainda ser a favor de privatização. Segundo ressaltou, o Governo precisa focar em áreas prioritárias, como: saúde, educação e segurança pública. “Esses são os pontos que o governo tem que tomar conta. Vamos enxugar o governo, porque o brasileiro não aguenta mais pagar taxas elevadas e não ter o serviço [público] de acordo com as suas necessidades”. POLÊMICA Na ocasião, o candidato não se esquivou de perguntas polêmicas e disse que respeitará as divergências da sociedade, entretanto, defendeu o casamento heterossexual conforme determina a Constituição Federal. “Tenho plena convicção que vivemos num regime democrático, e nós do PSC defendemos a família, mas, como estamos numa democracia, respeitamos as diferenças”, pontuou. REFORMA POLÍTICA Everaldo defendeu, ainda, uma reforma política, inclusive elegendo temas prioritários para discussão. “Como presidente, farei uma reforma política no Brasil. Primeiro, vamos pôr fim ao voto obrigatório, além do fim das coligações proporcionais. Já na majoritária, defendo que o partido coligado não leve o tempo de outra legenda, fique apenas com seu tempo partidário”, salientou, APOIO Após a coletiva, Everaldo participaria de uma caminhada no Centro de Fortaleza, contudo, o evento foi cancelado e ele se dedicou a realizar gravações para o programa eleitoral de rádio e televisão, previsto para começar em agosto. Por volta das 14 horas, ele almoçou com lideranças do partido para discutir a estratégia para a campanha presidencial no Estado. O peemedebista Eunício Oliveira, candidato ao governo do Ceará, era esperado para participar do encontro, entretanto, não compareceu e enviou o vice-prefeito Gaudêncio Lucena (PMDB) e o candidato a vice-governador, Roberto Pessoa (PR).De lá, Everaldo embarcou para Brasília, onde, hoje, o candidato realizará reuniões com seus coordenadores para definir os próximos passos da campanha. O PSC compõe a coligação liderada por Eunício, todavia, sabe que a aliança abriga palanque de outros dois presidenciáveis – a petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves. Questionado por jornalistas, o candidato demonstrou não ver problemas com isso, defendendo a postulação do peemedebista e citando que os palanques duplos e triplos não são uma particularidade somente do Ceará. SAIBA MAIS • Ao conversar com jornalistas, Pastor Everaldo explicou as motivações de sua candidatura, justificando que o atual governo não representa os anseios da população. Disse, ainda, que o partido nunca foi governo, apenas base de apoio parlamentar, o que, segundo ele, não contraria as ideologias partidárias. O presidente estadual do PSC, vereador Wellington Saboia, na ocasião, explicou que o partido estabeleceu uma estratégia de fortalecer sua base na Assembleia Legislativa e, para isso, espera eleger três deputados estaduais. Outra expectativa futura, conforme esclareceu, é lançar candidatura própria ao cargo de deputado federal, já que, no pleito deste ano, não foi possível. O parlamentar, porém, afastou qualquer descontentamento dos demais correligionários com o apoio a candidatura de Eunício Oliveira. Segundo explicou, existe uma simpatia com a gestão Roberto Cláudio, o que não aconteceu com o governo estadual.