Autoridades dos governos federal, estadual e municipal participaram de reunião para avaliar o Programa "Crack, é Possível Vencer"
Lucas de Menezes
Leitos do Estado para usuários de drogas não foram totalmente ocupados; motivo seriam os editais
As 478 vagas disponibilizadas em comunidades terapêuticas do Ceará, em novembro do ano passado, ainda não foram totalmente ocupadas. A declaração foi feita ontem pela responsável pela Assessoria Especial de Políticas Públicas sobre Drogas do Gabinete do Governador, Socorro França, durante reunião para avaliar o Programa "Crack, é Possível Vencer" com autoridades de diversas áreas dos governos federal, estadual e de municípios cearenses.
A demora na ocupação dos leitos foi motivo de protesto entre representantes de comunidades terapêuticas, que levaram cartazes e chegaram a interromper a solenidade que iniciou a reunião no prédio anexo da Assembleia Legislativa.
Segundo o diretor do Projeto Resgatando Vidas, Lázaro Alencar, a entidade foi contemplada com 80 vagas do programa, mas, atualmente, atende apenas 20 pessoas. "Eu não sei por que não foi repassado esse recurso do governo federal. Está faltando compromisso. Temos a epidemia do crack, principalmente em Fortaleza. Estamos fazendo a nossa parte, mas é preciso que o governo faça a dele", disse.
O tratamento de um paciente adulto custa R$ 1.000,00 por mês. No caso de crianças, adolescentes e mães acompanhadas dos filhos lactentes, o valor é de R$ 1.500,00 por cada internação em instituições.
Segundo a responsável pela Assessoria Especial de Políticas Públicas sobre Drogas do Gabinete do Governador, Socorro França, as vagas "não estão todas ocupadas porque parte delas estão condicionadas ao edital do Estado que foi concluído e nós estamos ainda assinando os contratos". A assessora informou que entre 270 e 284 leitos estão ocupados atualmente.
Socorro França ressalta, entretanto, que o mais importante no momento é o treinamento dos 13 mil agentes de saúde dos Estado. "O que nós estamos fazendo é realmente capacitar todos eles para que possam dar uma boa resposta terapêutica e recuperar aquelas pessoas que ali chegam", afirmou.
Ações integradas
Participaram da reunião representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e a Casa Civil da Presidência da República, além de autoridades do Estado e dos municípios que fazem parte do programa: Fortaleza, Maracanaú, Caucaia e Juazeiro do Norte.
Segundo o Secretário Estadual da Saúde, Ciro Gomes, o encontro reafirma um conjunto de ações integradas ligadas à segurança pública e à saúde. "O Estado inova ao criar as vagas para a internação de pessoas que voluntariamente queiram se tratar desse grande flagelo", disse.