Prefeitura incomodada com "traição" de Heitor
As declarações de Heitor Férrer (PDT), na primeira vez que foi à tribuna após o lançamento da sua pré-candidatura a prefeito de Fortaleza, causaram incômodo na administração municipal. O coordenador de projetos especiais do Município, Geraldo Accioly, procurou a coluna para responder, em nome da Prefeitura, às críticas do pedetista ao que considerou oportunismo da prefeita Luizianne Lins (PT), ao falar da possibilidade de ir para a oposição ao Governo do Estado caso Cid Gomes (PSB) não apoie o candidato do PT à sua sucessão. “O deputado Heitor Férrer passou cinco anos criticando duramente o governador Cid Gomes. E, nesses mesmos cinco anos, elogiando e dialogando com a prefeita Luizianne Lins. Subitamente, torna-se algoz de Luizianne e estende tapete vermelho ao governador”, disse Accioly, em referência à declaração do deputado pedetista, de que aceitaria o apoio do governador em eventual segundo turno. O secretário responsável por coordenar as principais obras da gestão municipal disse ainda, ironicamente, que o lançamento da pré-candidatura de Heitor ocorreu no tempo errado. “Combinaria mais com o ambiente e a decoração do lado amargo da Semana Santa, ou seja, a marca de Judas”. E avisou ainda: “críticas levianas” não passarão em branco. A campanha será quente.
OS HUMORES DA RELAÇÃO PT E PMDBUm influente personagem dos bastidores políticos, questionado sobre o resultado da conversa entre a prefeita Luizianne Lins e o senador Eunício Oliveira, comparou o encontro com o recente diálogo entre o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e o governante sírio Burhan Ghalioun. Nos dois casos, tratou-se de “uma conversa franca”. O que, em bom português, disse esse interlocutor, significa que nada foi resolvido. A manutenção da aliança entre PMDB e PT na Capital está completamente atrelada ao rumo que o PSB tomar. Eunício só permanece na aliança se fizer parte do pacote com o governador Cid Gomes. O partido deseja mais espaço e poder de decisão na gestão municipal. Mas há um ponto que é inegociável para os peemedebistas: a coligação proporcional. O partido tem vereadores que são forte puxadores de voto, mas nem todos seriam eleitos se não houver uma boa coligação na disputa pela Câmara Municipal. Por isso, os parlamentares da sigla não admitem a hipótese de fechar aliança para prefeito que não envolva, também, a eleição para o Legislativo. Da conversa, a mensagem compreendida pelos petistas é de que os movimentos do vereador Vitor Valim e dos deputados Carlomano Marques e Danilo Forte não são arquitetados por Eunício. Também consideram nula a possibilidade de o PMDB lançar candidatura própria.