O presidente da Comissão da Seca, João Jaime, quer reduzir número de membros do colegiado, muitos dos quais não comparecem às reuniões
Foto: José Leomar
O grupo de deputados, formado na Assembleia para cobrar políticas para o semiárido, pouco tem se reunido
A Comissão Especial criada na Assembleia Legislativa para discutir políticas públicas para amenizar a situação de seca no Estado está esvaziada. Isso é o que relatam os poucos membros que ainda participam dos encontros propostos pelo colegiado, que também freou o número de reuniões devido às discussões políticas das últimas semanas
Segundo a deputada Fernanda Pessoa (PR), há quase 20 dias não ocorrem reuniões para se debater os novos rumos do grupo, composto por até 17 membros. Assim como ela, o relator da comissão, deputado Welington Landim (PROS), afirmou que as visitas às localidades, propostas para um segundo momento de atividades, ainda não foram realizadas.
"A última reunião está com vinte dias. Nós deveríamos ter uma reunião hoje (ontem), quando fomos convidados para encontro com o comitê da estiagem, mas acabou não acontecendo", disse Fernanda Pessoa. Ela alega que quase nada do que foi relatado por Landim e solicitado por ele aos órgãos competentes foi realizado. "Foi comprada uma máquina perfuratriz para cá, mas chegará em janeiro ou fevereiro. Tudo agora está sendo concentrado na Casa Civil, e não na Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos), como deveria ser feito. O milho que chegou ainda falta ser entregue e só pode chegar outro quando tiver sido dado o retorno do que já veio".
A parlamentar ressaltou que, na última reunião, só estiveram presentes ela, o presidente do colegiado, João Jaime (DEM), Welington Landim e Lula Morais (PCdoB). "Na hora de formar uma comissão, todos querem ir para aparecer, mas para participar que é bom...", diz.
Descompasso
Para Welington Landim, está havendo "descompasso muito grande" entre os membros do grupo, pois não há presença maciça dos integrantes nas reuniões. Ele afirmou que ainda não houve qualquer visita do grupo aos locais que sofrem com a estiagem, como citado no relatório. "O Água para Todos está tendo dificuldades ainda na licitação. Isso significa que começando isso no mês de novembro, não termina a metade nem em dezembro", reclamou.
O deputado João Jaime alega que o grupo está parado há 15 dias, quando foi realizado um encontro com a Cagece e com o BNB para negociar as dívidas de agricultores e risco de desabastecimentos nos municípios.
Sobre a ausência dos membros do grupo, João Jaime ressaltou que discutirá com o presidente da Assembleia, José Albuquerque (PROS), para diminuir a representação do colegiado de 17 para nove membros. Há exemplos de deputados que não foram a nenhuma reunião sequer, como Rogério Aguiar. João Jaime afirmou que hoje conversará com os integrantes da comissão para marcar visitas em municípios que sofrem com a seca, mas ponderou que já foi a Caridade, Santa Quitéria e Canindé.
"O problema é sério, porque em reunião anterior, foi dito pelo secretário de recursos hídricos que iria fazer 500 poços, mas são 1500 que estão sendo solicitados pela comissão. As máquinas que estão sendo compradas somente chegarão em fevereiro, portanto não tem como cavar mais poços esse ano", reclamou.