O deputado Lucilvio Girão classificou como "desnecessária" a importação de médicos estrangeiros ao Brasil e apontou dificuldades à medida
Foto: JL ROSA
Assunto recorrente na Assembleia Legislativa, a vinda de médicos estrangeiros gerou críticas na Casa
As medidas adotadas pelo Governo Federal para diminuir a defasagem de médicos nas periferias e Interior do País continuam pautando os debates na Assembleia Legislativa. Na manhã de ontem, o assunto voltou a ser criticado por parlamentares que são contrários à proposta e querem melhorias e valorização da categoria médica do Brasil.Em seu pronunciamento, o peemedebista Lucilvio Girão discorreu sobre a vinda de profissionais estrangeiros, que foi anunciada pelo Ministério da Saúde. Contrário à ideia, o parlamentar discorreu sobre os motivos que o levam a crer ser desnecessária a "importação" de médicos vindos de outros lugares, como as diferenças culturas, falta de conhecimento de doenças específicas do clima tropical e desconhecimento com a língua portuguesa.
O ponto crucial do debate dos deputados sempre é o mesmo: a obrigação do Exame Nacional de Revalidação de Diploma de Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida). Lucilvio disse que não se pode permitir que a população, principalmente do Interior, seja submetida a profissionais sem o conhecimento da capacidade desses.
"Eu sou contra porque esses médicos têm dificuldade em pronunciar o português e não conhecem as doenças tropicais que existem", disse o deputado, lembrando alguns males das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O peemedebista chegou a informar que quando se passa na faculdade, o profissional de Direito tem que fazer o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, portanto, para a medicina seria necessário, sim, a revalidação do registro de médicos.
Para compensar a falta de médicos no Interior do Estado, Lucilvio ressaltou ser necessária a valorização do profissional. Para isso, seria necessário um reajuste anual, além da valorização de procedimentos cirúrgicos que serviriam de estímulo para os profissionais e acabariam por desafogar hospitais das capitais.
"Existe o risco de você fazer uma viagem para o Interior e não ter o seguro de nada", ressaltou. Lucilvio Girão, questionando os baixos preços pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O deputado Vasques Landim (PR) afirmou que "importar" um médico não é o mesmo que importar uma máquina, pois haverá uma dificuldade para que os profissionais se adaptem à nova realidade do País. Para ele, a situação está funcionando como "marketing eleitoral". "É preciso infraestrutura, valorização do profissional, entre outras coisas, para que se possa realizar até um simples diagnóstico. Médico não é mágico", disparou.
Ferreira Aragão (PDT) voltou a criticar o prefeito Roberto Cláudio e pediu que ele largue as obras e fosse "cuidar do povo". Ele defendeu ser mais importante investir prioritariamente em saúde, ao invés de infraestrutura. Dedé Teixeira (PT) ressaltou que o Governo Federal tem que encontrar soluções para que as pessoas sejam tratadas de seus males e, para isso foi, preciso a importação de médicos portugueses e espanhóis.