O deputado Osmar Baquit diz que, em algum momento, a Pasta de Segurança terá que se explicar
Foto: José Leomar
Deputados da base evitam uma pressão explícita para que o secretário de Segurança compareça à Casa
A segurança pública e o aumento da violência estão entre os temas mais recorrentes nas sessões da Assembleia Legislativa do Ceará, mas, ainda assim, poucas são as sugestões dos parlamentares para a diminuição dos índices de criminalidade. O deputado Tin Gomes (PHS) chegou a propor a realização de um seminário para discutir o assunto, no início do mês passado.O parlamentar justifica a não realização do evento, devido às investidas do presidente da Casa, José Albuquerque (PSB), em prol do início das obras da Refinaria Premium II. Tin Gomes teve a ideia quando Heitor Férrer (PDT) apresentou requerimento convidando o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Francisco Bezerra, para explicar os motivos do aumento da violência no Estado.
O pedido do pedetista foi derrubado pela maioria da base governista, assim como outros de sua autoria, que solicitava a presença do Conselho Estadual de Segurança Pública para discutir o tema. Além de ter seus requerimentos reprovados, Férrer teve que ouvir as críticas dos aliados de Cid Gomes, que disseram que os pedidos não passavam de interesses políticos por parte dele.
Convocação
Alguns deputados da base governista acreditam na ida do secretário de Segurança à Assembleia, mas não através de convite ou convocação dos oposicionistas. "Não precisa a gente ficar convocando. Não podemos ficar somente naquela onda de criticar, mas temos que apresentar sugestões", apontou a deputada Mirian Sobreira (PSB).
Osmar Baquit (PSD) também defende um debate feito entre parlamento e a pasta da Segurança. Segundo ele, uma hora ou outra o gestor terá que aparecer na Assembleia para prestar esclarecimentos sobre o que foi feito na área. "A vinda dele aqui vai mostrar que ações foram feitas e por que ele não conseguiu dar a segurança em plenitude. Eu acho que o Governo tem que mandar o secretário vir aqui porque a ´pancada´ é toda no Governo", apontou o aliado.
O deputado Antônio Carlos (PT) ressaltou que esta é uma pauta muito presente nas discussões da Casa e que há um interesse muito presente dos parlamentares em debater o tema, visto que os índices de violência aumentaram nos últimos anos.
"Nada é mais importante nesse momento que a presença do secretário de Segurança Pública aqui na Casa. Há essa blindagem porque é um tema que tem gerado muitas dificuldades para o Governo. A gente tem acompanhado os noticiários de homicídios e violência e isso requer um espaço privilegiado para discussão. Não é uma cobrança apenas dos deputados, mas da sociedade", ressaltou o petista.