Com faixas e cartazes, os médicos lotaram as galerias da Assembleia, ontem, reclamando de melhorias de trabalho Os deputados estaduais cearenses, na presença de médicos que lotaram as galerias da Assembleia, condenaram as medidas adotadas pela presidente Dilma Rousseff para melhoria da saúde. Na manhã de hoje, eles devem votar um requerimento que foi constituído após reunião entre parlamentares e representantes dos profissionais de medicina em defesa da obrigatoriedade do "Revalida" para médicos estrangeiros que vierem trabalhar no Brasil. "É uma vergonha um País que tem uma imagem maquiada de primeiro mundo ter uma saúde de terceiro ou quarto mundo. Sem dúvida alguma, nos dez anos petista, o Brasil perdeu 42 mil leitos hospitalares para atendimento à população. É inaceitável que em um Estado pobre do semiárido nordestino se tenha uma perda de 42 hospitais que trabalham conveniados com o SUS", criticou Fernando Hugo (PSDB) em seu discurso. Segundo ele, esses foram os motivos que levaram os pacientes a serem atendidos no chão de unidades hospitalares, além de ocasionar o aumento das filas em todos os equipamentos do Estado e do País. Ele reclamou a proposta da chegada de médicos estrangeiros para o Brasil. "Não se faz melhoria da saúde trazendo médicos de Cuba, para mandarem 80% do que vão receber, se trabalhares aqui, para os ditadores Castro lá na ilha". Gritando O republicano Vasques Landim disse que a saúde pública brasileira está falida, lembrando ele que as ruas estejam gritando em alto e bom tom que é preciso mudar o sistema de saúde, o Governo não está ouvindo tais reclames. "Nós temos aproximadamente 400 mil médicos no mundo e somos o segundo País que mais forma médicos no mundo. Agora nesse instante eu testemunho que os deputados têm tido essa preocupação há muito tempo e nos envergonha dizer publicamente quanto é que vale o preço de uma consulta do SUS", disse ele, afirmando que a consulta paga a um médico é de apenas R$ 12. Já o petista Dedé Teixeira defendeu os 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a saúde e afirmou que a importação de médicos somente foi necessária por conta da necessidade desses profissionais no País. As deputadas Silvana Oliveira (PMDB) e Mirian Sobreira (PSB) disseram que existem médicos capacitados e em número suficiente para atender a toda a população em todos os Estados do País. Segundo a pessebista, não se pode dar registro a médicos estrangeiros no País sem o Revalida, Para ela, realmente, o que está faltando é recurso para financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o bom trabalho dos profissionais de saúde. "A mobilização é importante. Sair das salas de aula, sair do trabalho e ir às ruas, porque só juntos fazemos as ondas positivas do Brasil", ressaltou Lula Morais (PCdoB). Fernando Hugo, por outro lado, cobrou dos deputados a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria a carreira de médico do Estado, que ele apresentou no fim do mês de junho. Privatizações Nesse momento, Lula Morais criticou as privatizações que foram feitas no Governo tucano, o que segundo ele, transformou o Estado brasileiro em um Estado privatizado. "Nós não podemos esquecer que isso foi fruto desses que reclamam aqui e acolá. Foram eles que quebraram o Brasil três vezes. Nós vamos votar a favor de qualquer proposta que seja de interesse da população", disse. Fernando Hugo, insatisfeito com a fala de seu colega, pediu respeito e afirmou que Lula estava se aproveitando do momento para fazer politicagem. Welington Landim (PSB) também se disse contra a vinda de médicos estrangeiros ao Brasil, pois, para ele, não saberão atender a população de forma correta. "É um absurdo eles virem para cá. A saúde não se faz só com o médico, mas é o essencial", disse A deputada Rachel Marques (PT) defendeu as ações do Governo Federal para a área da saúde, em especial para a categoria dos médicos. Segundo ela, a decisão do Ministério da Saúde é atrair em primeiro lugar os médicos brasileiros. "Somente quando não houver profissional para ocupar aquela vaga é que ela será preenchida por um profissional estrangeiro, esclareceu.