Sem espaço no partido, Francisco Caminha, primeiro presidente do PHS no Ceará, diz que foi perseguido pelo presidente nacional da sigla
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
Disputa interna e luta por formação de partidos movimentam a política na véspera do ano de eleição
Um dos fundadores e outrora presidente do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) no Ceará, o ex-deputado estadual, Francisco Caminha, está em negociação com o Partido Ecológico Nacional (PEN) e deve deixar a sigla que ajudou a criar. Ele nega que já tenha tomado uma decisão de sair do PHS, mas ressalta que foi perseguido pela direção nacional da legenda e que não tem mais qualquer pretensão junto ao grêmio.
Primeiro vereador eleito pelo PHS no Brasil e segundo deputado estadual em todo o País, Francisco Caminha, atualmente sem cargo público, se limitou a dizer que recebeu um convite do recém instalado Partido Ecológico Nacional, mas que até o momento estaria analisando a proposta. "Estou ainda analisando esta possibilidade. Mas no momento eu continuo no PHS", afirmou o ex-dirigente.
Caminha era ligado politicamente ao grupo da ex-prefeita Luizianne Lins. Ele apoiou a candidatura de Elmano de Freitas à Prefeitura da Capital e, com o fim da gestão de Luizianne ele perdeu o cargo que tinha na administração municipal
Segundo ele, para concretizar sua saída ou permanência no grêmio, irá conversar com a presidência nacional e estadual do partido, antes de qualquer decisão. "A minha intenção é ficar no PHS, mas preciso ver as condições políticas", lembrou ele que há dois meses renunciou de seu cargo na executiva nacional como secretário nacional de articulação política.
De acordo com Caminha, ele não tinha como atender às demandas de um cargo nacional porque sua atuação é toda baseada no Estado do Ceará. O ex-parlamentar e ex-dirigente nacional da sigla afirmou, porém, que, pelo menos neste momento, nenhuma discussão ou desavença com as lideranças partidárias do PHS no Ceará ocorreram. "Eu garanto que não teve qualquer briga para que eu repense minha permanência no PHS".
No entanto, em 2010, a direção nacional da sigla, que tinha a frente de seu comando Paulo Roberto Matos, exonerou Francisco Caminha da executiva estadual e interveio no partido no Ceará. Depois de perder as únicas representações na Câmara Municipal de Fortaleza para o PMDB, nesse caso os vereadores Walter Cavalcante e Vitor Valim, a executiva decidiu pelo fim da intervenção. Acusado de cometer inúmeras irregularidades internas, Paulo Roberto Matos, não resistiu e renunciou ao comando da legenda em 2012.
Com o término da intervenção, em julho de 2011, a executiva estadual provisória do partido foi constituída com Caminha na presidência estadual e Tin Gomes como presidente da municipal, em Fortaleza.
Perseguido
No entanto, em março do ano passado, Leandro Assunção assumiu a presidência estadual no lugar de Caminha. Fundador do partido, o ex-dirigente afirmou que o PHS é "como um filho" para ele e que na maioridade da legenda, que segundo ele, completa 18 anos em 2013, é hora de "caminhar" sem sua supervisão.
Francisco Caminha afirmou que foi perseguido pelo antigo presidente nacional da sigla, que conforme disse, tinha medo que ele retornasse à presidência nacional. "Ele excluiu todos os diretórios ligados a mim. Mas eu não tenho mais nenhuma pretensão dentro do partido", frisou.
Presidindo a executiva estadual do partido devido a licença de Leandro Assunção, o deputado estadual, Tin Gomes, que é presidente da executiva municipal, em Fortaleza, disse ao Diário do Nordeste que não foi informado sobre qualquer tentativa de saída de Caminha do partido e que não estava sabendo de nada a respeito.
Mulher
Criado há quase um ano no Ceará, o Partido da Mulher Brasileira (PMB) está na reta final da campanha para coleta de assinaturas, visando sua legalização em todo o País. A presidente estadual da sigla, Cícera Silva, afirma que, no Estado, até o momento, já foram colhidas 48 mil das 50 mil assinaturas necessárias. Segundo ela, o objetivo é atingir a meta até o próximo dia 30 de abril, data em que a legenda realiza sua Convenção Nacional, em Brasília, para contar as adesões e se oficializar.
Em todo o Brasil, Cícera diz que o PMB já possui representantes em 19 estados, dos quais 13 já alcançaram a meta de assinaturas. Conforme informações do portal institucional do partido, só no Rio de Janeiro, já foram quase 100 mil adesões. No Ceará, a presidente afirma que a legenda tem 42 mil filiados espalhados por 34 municípios. Para conseguir se legalizar, a sigla precisa comprovar apoio de, no mínimo, 500 mil eleitores de pelo menos nove estados diferentes.
Ao contrário do que muita gente possa pensar em razão do nome, Cícera comenta que o PMB também tem homens em sua composição, os quais são responsáveis por 50% do total de filiados, tanto a nível nacional quanto estadual. "Nosso partido é feminino e não feminista. Lutamos por direitos iguais, pelo espaço da mulher, para que possamos fazer a diferença e mostrar o nosso valor, que não é reconhecido. Mas tudo isso ao lado dos homens", justifica. O número de assinaturas é imperioso para a formação do novo partido.