Coronel PM Roosevelt Alencar, gestor da Academia Estadual da Segurança Pública do Ceará (Aesp), falou da ampla formação dos policiais militares
FOTO: KID JÚNIOR
Está marcada para amanhã a solenidade de posse dos soldados. O concurso teve cerca de 40,8 mil inscritos
Após cinco meses de intensas atividades na Academia Estadual da Segurança Pública (Aesp), com treinamentos físicos, técnicos, aulas e seminários jurídicos, finalmente amanhã uma turma de 920 novos policiais militares será entregue à Corporação para reforçar a segurança no Estado. A solenidade está marcada para as 8h30 no Centro de Eventos e será presidida pelo governador Cid Gomes e pelo secretário da Segurança Pública, Francisco José Bezerra Rodrigues.
Todos os novos 920 militares deverão ser destacados em batalhões, companhias e destacamentos da PM no Interior do Estado, conforme já adiantou o secretário da Segurança. O processo para a seleção dos novos PMs foi concorrido. O concurso, realizado em 2011 teve um número recorde inscrito, foram 40.806, sendo 34.774 homens e 6.032 mulheres, concorrendo a mil vagas nas fileiras da PM. Apenas 920 conseguiram chegar ao final da última etapa antes da contratação, a conclusão do curso de formação na academia. Assim, 80 vagas estão abertas.
Formação
Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, na noite de ontem, o diretor da Aesp, coronel PM Roosevelt Alencar, falou do processo de formação pelo qual passou a nova turma de soldados da PM. Os candidatos foram selecionados depois da aprovação no concurso e tiveram que ser submetidos a testes eliminatórios médico, biométrico, físico e toxicológico (com a colheita de cabelos para análise em laboratório). Já no curso de formação, segundo Alencar, os alunos cumpriram uma grade elaborada de acordo com a Matriz Curricular Nacional elaborada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão vinculado ao Ministério da Justiça.
Os novos PMs estudaram, entre outras disciplinas, Direitos Penal, administrativo, ambiental e civil. "Também participaram de vários seminários, como os que trataram da Lei Maria da Penha, Lei do Desarmamento e a nova Lei dos Entorpecentes", destaca o chefe da academia.
Na parte prática, submeteram-se aos cursos de Técnica Policial Militar, Tiro Policial Defensivo, Armamento e Tiro, Educação Física Militar, Ordem Unida, além de aulas de Ética, Cidadania, Direitos Humanos e Diversidade Sexual.
Operacionalidade
"Todos estão preparados para o trabalho operacional, depois de uma formação que abrangeu diversos conhecimentos necessários à atividade policial", afirma Roosevelt Alencar.
Esta é a primeira de três turmas de novos policiais militares. Mais duas turmas, de mil candidatos cada uma, deverão ser preparadas pela Aesp até 2014, após a realização de concursos públicos, pois a meta do Governo do Estado é a inclusão de mais três mil homens da Corporação até 2014.
Os novos policiais já tiveram publicada no Diário Oficial do Estado do Ceará do dia 1º de fevereiro a nomeação, que começa, efetivamente, a partir do dia 5. Em seguida, caberá ao comandante-geral da PM, coronel Werisleik Ponte Matias, e ao próprio secretário da Segurança a tarefa de designação dos novos soldados para os Municípios que receberão reforços policiais.
ANÁLISE
Nova estrutura da PM exigirá mais efetivo
A chegada dos novos 920 soldados no contingente geral da Polícia Militar vai cobrir diversos ´claros´ na tropa, principalmente no efetivo destinado ao Interior do Estado, onde a segurança pública ainda enfrenta o problema da falta de pessoal. Os militares serão designados para os batalhões, companhias e destacamentos onde o número de PMs é insuficiente para atender à demanda de policiamento.
Conforme o Diário do Nordeste publicou em reportagem especial na sua edição de ontem, a nova Lei de Organização Básica da Polícia Militar do Ceará (LOB), aprovada pela Assembleia Legislativa em agosto do ano passado e, em seguida, sancionada pelo governador Cid Gomes, prevê uma completa reestruturação da Corporação. Pela nova Legislação, foram criados oito novos batalhões 8º (Aldeota), 9º (Quixadá), 10º (Iguatu), 11º (Itapipoca), 12º (Caucaia), 13º (Tauá), 14º (Maracanaú), 15º (Eusébio), 16º (Messejana) e 17º (José Walter), além das coordenadorias de Comando de Policiamento Especializado (CPE), de Policiamento Metropolitano (CPM), o CPI Norte e o CPI (Sul).
Ainda como a reestruturação, a Coordenadoria de Polícia Comunitária, até então, programa Ronda do Quarteirão, terá cinco batalhões com um total de 29 companhias, na Capital e no Interior. O Raio e a PRE foram transformados em batalhões (BPRaio e BPRE) e a Polícia Montada (Cavalaria) em um regimento.
FERNANDO RIBEIROEDITOR DE POLÍCIA