O IMPERATIVO DA SOBERANIA
A segunda interrogação é sobre o grau de autonomia do prefeito, em particular em relação a Cid Gomes. O relacionamento entre Estado e Município vai, evidentemente, melhorar. Isso é ótimo, desde que não se perca a independência. Na composição do primeiro escalão - Ivo Gomes à parte - não se percebe o dedo dos Ferreira Gomes de forma desmedida, embora haja muita gente do governo. Mas há outros tantos dos quadros da Assembleiae mais alguns ligados pessoalmente ao prefeito. Salvo certas exceções, os secretários têm mais afinidade e qualificação voltada para a área em que irão atuar do que tinha a equipe de Luizianne e mesmo a de Cid. Mas é o dia a dia da gestão que mostrará a capacidade do prefeito de dizer não ao governador, quando julgar que é o melhor para a cidade. Na campanha, o principal discurso contra Roberto Cláudio apontava justamente esse atrelamento. Tal perspectiva foi derrotada nas urnas. Pode-se entender que aí está o salvo conduto para ignorar essa questão. No entanto, a soberania dos entes federativos é inegociável e precisa está acima da política.
Nas certezas que a gestão Roberto Cláudio traz está a segurança de ações imediatas de resultado concreto. Mas é na resposta às interrogações que se definirá, em boa parte, a condução da cidade na perspectiva estrutural. Para além de discursos, é nas ações concretas, a partir de hoje, que essas questões serão respondidas.