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Quarta, 19 Dezembro 2012 07:00

Coluna Política

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  Divergências de uma transição quase cordial Após o começo extremamente confuso, o relacionamento foi cordial entre os representantes da Prefeitura de Fortaleza e os do prefeito eleito Roberto Cláudio (PSB) na transição. Ótimo para a cidade que assim tenha sido. No entanto, do ponto de vista do diagnóstico, as visões de um lado e outro são bem conflitantes. Eudoro Santana expôs alguns de seus incômodos na entrevista coletiva concedida ontem, mas procurou ser o mais polido possível com a atual administração. Em certos momentos, ao falar sobre os números de terceirizados, chegou a quase justificar a dificuldade do Município em ter o número exato - ele estima em pelo menos 27 mil, mas a gestão Luizianne Lins (PT) diz serem em torno de 12 mil. O fato é que esse e outros dados solicitados oficialmente pelos representantes do prefeito eleito ainda não foram apresentados.Do lado da atual prefeita, o discurso é de que a saúde financeira é boa e há muito dinheiro previsto para entrar. Mas a equipe de Roberto Cláudio quer algo mais concreto e está preocupada com o que já viu. E mais ainda com o que ainda pode vir. Eudoro fará relatório para o prefeito eleito. As informações lá constantes serão mais duras que as divulgadas na entrevista coletiva. O ex-deputado não quis criar caso ontem, até por estarem sendo acolhidos pela Prefeitura em suas dependências. Caso Roberto Cláudio assim deseje, caberá a ele divulgar os dados mais detalhados. A preocupação maior é com a dificuldade no diagnóstico dos aspectos gerenciais. As informações são consideradas imprecisas. DIFICULDADES ANUNCIADASHá particular apreensão com os restos a pagar. Em alguns casos, o dinheiro correspondente a determinada despesa foi empenhado - ou seja, reservado para o pagamento - mas ainda não ocorreu a liquidação. Isso é, a obra, bem ou serviço não foi entregue. Por isso, não está descartado que, ao tomar posse, Roberto Cláudio cancele empenhos nessa situação deixados por Luizianne. Outra preocupação: entre várias licitações em andamento - algumas consideradas desnecessárias no momento - haveria outras aquisições imprescindíveis que não estariam sendo feitas. Por isso, a equipe de Roberto Cláudio crê haver ameaça real de desabastecimento de insumos em janeiro nos hospitais e postos de saúde, por exemplo. Houve questionamentos à equipe de Luizianne. Mas, reservadamente, os representantes de Roberto Cláudio dizem não ter recebido garantias de que isso não irá ocorrer. Outro receio é quanto a aspectos trabalhistas relativos a demandas de alguns anos atrás, mas só desengavetados agora. O recente acordo para pagamento de R$ 40 milhões, a partir de 2013 - correspondente a progressão por tempo de serviço que remonta a 1994 - é apenas um dos casos. Há decisões recentes sobre incorporações salariais que serão pagas, de forma retroativa, a partir de 2013. DESCONTINUIDADE É INJUSTIFICÁVELQuem conversa com Luizianne Lins sente que ela não está com vontade alguma de realizar o Réveillon. A prefeita talvez não tenha se preparado para a derrota e está compreensivelmente desgostosa. Especificamente quanto à festa, considera que sua equipe sempre se dedicou de corpo e alma, com muita paixão, ao evento. E, agora, não está com a mesma disposição, naturalmente. Interlocutores da prefeita afirmam, inclusive, que ela estaria resolvida a não comparecer aos shows no aterro, caso sejam mesmo realizados. Está no direito dela, obviamente. O que não dá para engolir é a não-realização da festa por se tratar de transição de governo. Alternância de poder é fundamento da democracia. Sua realização de forma serena e sem sobressaltos é medida da maturidade institucional. O impasse instalado há quase dois meses faz parecer que nunca houve troca de prefeito no Brasil. E aí, não há exemplo melhor: quatro anos atrás, não foi porque o candidato de César Maia (DEM) perdeu a eleição no Rio de Janeiro que deixou de haver Réveillon em Copacabana. Houve certa polêmica política, a prefeitura carioca estava ruim de caixa, mas a festança ocorreu. E, convenhamos, toda complexidade da comemoração fortalezense lá se multiplica por algumas vezes. Ainda assim, turistas se programam todos os anos para passar o fim de ano lá por saberem que, independentemente de humores eleitorais, haverá um grande evento. Essa tranquilidade Fortaleza ainda não deu aos visitantes. Sobretudo diante de tal incerteza, pelo menos para 2013 ficará a interrogação até que sejam anunciadas oficialmente as atrações. Essa dúvida é ruim para o turismo e, por tabela, para a economia formal e informal da cidade. O grande sucesso da política pública – e do gestor, portanto – é quando ela se impõe de forma a independer das circunstâncias e da conjuntura para ter continuidade. Não deveria haver motivo de contentamento maior para o governante que perceber o prosseguimento daquilo que começou. O impasse sobre o Réveillon pelo menos serviu para mostrar sua força e consolidação. A forma como o debate se conduziu deixou claro que não há alternativa a Roberto Cláudio que não manter a festa. A cidade não abre mão dessa demanda e o mérito é de Luizianne. Pena que ela própria tenha contribuído para a dúvida a respeito do prosseguimento de um de seus mais inequívocos sucessos. É algo que se tornou tão grande que não mais pertence à atual prefeita, muito menos ao seu sucessor. O Réveillon é da cidade.
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