Hoje, logo após a novela Gabriela, prefeituráveis da Capital discutem suas propostas pela última vez antes da eleição O candidato do PCdoB à Prefeitura de Fortaleza, Inácio Arruda, encerrou, ontem, a série de entrevistas feita pela TV Verdes Mares, dentro do seu principal telejornal, com os candidatos a prefeito que não participarão do debate que a emissora realizará hoje, com cinco dos dez postulantes da Capital. Os participantes foram definidos pelas pesquisas feitas pelo Ibope para a emissora no curso da campanha eleitoral. Vão participar do debate Roberto Cláudio (PSB), Elmano de Freitas (PT), Moroni Torgan (DEM), Heitor Férrer (PDT) e Renato Roseno (PSOL). O debate é o último a ser realizado no Estado em razão do calendário eleitoral, que marca para hoje o encerramento da propaganda eleitoral. O programa vai começar logo depois da novela Gabriela e terá cinco blocos. Durante entrevista, ontem, Inácio Arruda voltou a criticar as pesquisas de intenção de voto sobre a eleição na Capital. Empatado na sexta posição com o tucano Marcos Cals, ambos com 3% da preferência do eleitorado fortalezense, de acordo com a pesquisa Ibope divulgada na última terça, Inácio diz não acreditar na "inocência" dos institutos de pesquisa. Na primeira consulta, o candidato do PCdoB aparecia na segunda posição, com 15%. Indutivo Para o comunista, as pesquisas em vez de informar os eleitores, os induzem a votar em determinadas candidaturas. "Você imagina que um dos institutos considerados mais importantes do Brasil faz pesquisas para os partidos", argumentou. "Então fica uma coisa sempre muito difícil de avaliar. E elas (pesquisas), evidentemente, tem um objetivo indutivo. Elas não são para informar. Elas são pra induzir". Ele questionou também os diferentes resultados divulgados pelos institutos de pesquisa. "Há uma dissintonia entre as pesquisas. E não é problema do método. (...) É um pouco a ausência de inocência, que elas nunca tiveram", declarou. Inácio destacou ainda a importância dos debates eleitorais, principalmente para os candidatos com menor tempo no programa eleitoral gratuito no rádio e na televisão, por dar oportunidade aos eleitores de compará-los e de conhecerem as suas histórias e propostas. "Os debates, eles permitem uma participação mais igualitária dos candidatos. É diferente do programa eleitoral gratuito, porque esse é distribuído de forma muito desigual no Brasil". Para ele, a participação das máquinas dos governos municipal e estadual "desequilibram completamente o programa eleitoral". Pressão Antes de oficializar a sua candidatura, Inácio Arruda disse ter sofrido pressão por parte tanto do PT como do PSB para que não se lançasse candidato. O comunista afirmou ainda que os partidos da prefeita e do governador teriam lhe tirado os dois únicos partidos com os quais poderia sair coligado: PTB e PP. Questionado porquê decidiu entrar na disputa, Inácio disse que, além da orientação do PCdoB nacional para que fosse lançado o maior número de candidaturas, considera que a eleição municipal é a melhor oportunidade dos partidos se apresentarem à população. "Mesmo sem coligação, você apresenta a sua proposta. Mesmo com tempo pequeno, que evidentemente causa um prejuízo enorme", diz. E avalia: "Se você não disputa eleição municipal, não tem a possibilidade de crescer". Sobre a possibilidade de apoiar alguns dos outros nove candidatos em um eventual segundo turno, o candidato do PCdoB disse que não discute essa hipótese, "porque se não eu não chego ao segundo turno". Confiante, Inácio acredita que poderá haver "reviravoltas" na disputa na Capital. "Espero que essa reviravolta seja favorável a nossa candidatura".