Correntes ligadas ao Partido dos Trabalhadores, entidades sindicais e populares, realizarão, na tarde de hoje, na Praça da Bandeira, em Fortaleza, ato em crítica as ações do Governo Federal, em defesa de uma nova política econômica, reforma tributária, em prol dos direitos dos trabalhadores, especificamente contra o projeto que tramita no Congresso Nacional, que diz respeito à terceirização, bem como cobrar da presidente da República, Dilma Rousseff, que seja destinado do Pré-sal, 25% para a Educação e 75% à Saúde. Ontem, vários petistas convocaram a sociedade para a mobilização na tribuna da Assembleia Legislativa. A oposição reagiu e classificou o ato como “dúbio” para “confundir o eleitor”.
“Nós vamos em apoio a essa manifestação. A considero muito importante e creio que os estudantes e trabalhadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), estão apontando o caminho certo, de defender e dialogar com a sociedade, as pautas que interessam o atual momento político”, disse o deputado Elmano de Freitas (PT), ao jornal O Estado, para defender o movimento.
PT x Governo
Questionado se há “constrangimento” em função de que a própria base vai contestar ações do Governo, que é petista, Elmano afirmou que tendo em vista ser um Governo de coalizão, nem sempre as ações do Governo Federal, representa a posição do partido. “No momento em que nós estamos, é muito importante que o PT, inclusive, assuma a sua posição. E a nossa posição é de que o Governo deveria fazer uma reorientação de sua política econômica, especialmente, no que se trata de retirar alguns direitos dos trabalhadores”, frisou o parlamentar. De acordo ainda com Elmano, as centrais sindicais são contra ainda as altas taxas de juros, o que segundo justificou, prejudica o setor produtivo brasileiro e favorece, principalmente, aos bancos.
Em tom de críticas, o deputado João Jaime (DEM) avaliou que a ida dos petistas e dos sindicatos para a mobilização contra o arrocho fiscal, contra as medidas do Governo é uma grande dubiedade. “Você é a favor do Governo, mas é contra o que o Governo faz, então, é uma tentativa do Partido dos Trabalhadores junto com os movimentos sindicais, de confundir a cabeça da população”, disse.
Para o democrata, não há como o PT separar o governo Dilma, das ações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. “Os dois são um corpo só, tudo que o Levy faz é com a autorização da presidente e não é desassociado do Governo. É uma dubiedade e uma tentativa de enganar a população”, rechaçou.
O deputado Carlos Matos afirmou que visualiza a mobilização como “piada” e ponderou que os petistas deviam reunir-se com a presidente da República. “É esse o governo que eles foram às ruas pedir voto, eles têm essa mania de achar que existe uma terceira pessoa com relação ao Governo que está, porque eles não se reúnem com a presidente, e agem como se não fossem eles os responsáveis pelo que está acontecendo”, criticou.
Convite
Apesar das críticas, os deputados petistas dr. Santana e Moisés Braz também foram à tribuna, convidar a sociedade para a manifestação. “Neste movimento, estaremos defendendo a democracia contra qualquer tentativa de quebrar a ordem democrática vigente no País, estimulando uma cultura de paz republicana, cobrando o respeito às instituições e lutando em defesa dos direitos da classe trabalhadora”, disse Santana, seguindo o mesmo discurso de Moisés Braz.