O governador Camilo Santana (PT) comandará hoje, na Assembleia Legislativa, a realização de um leilão reverso para a contratação de serviços de perfuração de poços profundos como medida para minimizar os efeitos da seca no interior do Ceará. Como o evento está programado para às 9h30 da manhã e acontecerá no plenário da Casa, conforme pedido do Governo do Estado acatado pela presidência, não haverá a sessão ordinária. Apesar de reconhecerem a importância do leilão reverso, diversos parlamentares lamentaram a extensão do período sem atividades no plenário e questionaram a necessidade de o evento ser realizado no mesmo local e horário que acontecem as sessões ordinárias. A última sessão realizada na Casa foi na terça-feira (17) e, desde então, uma sucessão de motivos impediram a realização delas. Os trabalhos somente deverão ser retomados na próxima quinta-feira (26). Na última quarta (18), a sessão foi levantada por conta da morte do ex-deputado Tomaz Brandão, conforme é determinado no Regimento Interno da Casa. Já na quinta (19), não houve atividades devido ao feriado de São José e, na sexta (20), por causa de problemas técnicos no sistema de refrigeração do plenário. Não há sessão às segundas-feiras e, amanhã, haverá um novo feriado, o da Abolição da Escravidão. Na próxima semana, por conta da Semana Santa, só duas sessões irão acontecer. Para Elmano Freitas (PT), a realização do leilão reverso poderia acontecer paralelamente à sessão ordinária. "Acho que há um exagero", afirmou, destacando que qualquer suspensão de sessão é prejudicial aos trabalhos da Casa. O petista ponderou ainda ser justo o levantamento de sessões ordinárias por conta de morte de ex-deputados e em feriados, mas, no caso do evento, ele avalia não haver razão para o impedimento. Votados O deputado Capitão Wagner (PR) ponderou que a Casa dispõe de diversos auditórios que poderiam abrigar o evento sem prejuízo das atividades parlamentares e ainda destacou a possibilidade de se realizar o leilão fora do horário da sessão. Endossando o posicionamento do colega, Roberto Mesquita (PV) destacou que a população está procurando acompanhar os posicionamentos de seus representantes mas, por conta das circunstâncias, têm impressão de que não estão trabalhando. "A sociedade não se sente representada com a ausência das atividades. É uma infelicidade. Mas não quer dizer que os deputados não estejam trabalhando - cada um, a seu modo, continua exercendo suas atividades". Carlos Matos (PSDB) afirmou que irá sugerir à Mesa Diretora que os eventos e sessões especiais aconteçam apenas em horários que não coincidam com o das sessões ordinárias. O deputado Welington Landim (PROS), por sua vez, atribuiu a uma coincidência de motivos para que não houvesse sessões. "Foi uma coincidência de datas, houve esses feriados. Não foi proposital", ponderou. Ele ainda destacou que, embora não haja sessão, haverá uma ação política importante e emergencial para o Estado e que, ao ser realizada no plenário da Casa com a transmissão da TV Assembleia, o governador proporcionará transparência às ações. Na avaliação de Landim, os trabalhos não serão prejudicados. Reforçando o argumento do colega, Tin Gomes (PHS), vice-presidente da Casa, afirmou que só atrapalha os trabalhos da Casa quando não há sessão nas quintas-feiras, quando são votados os projetos e requerimentos.