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Coluna Política - QR Code Friendly
Quinta, 23 Outubro 2014 06:02

Coluna Política

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  A campanha para governador do Ceará começou com patéticos discursos nos quais os dois lados tentavam se passar por coitadinhos (lembre aqui: http://bit.ly/polis1714). E chega ao fim com ambos se colocando na posição de vítimas. Tanto a campanha de Camilo Santana (PT) quanto a de Eunício Oliveira (PMDB) acusa o lado adversário de baixar o nível, jogar baixo e ser agressiva. Ambas estão certas, razão pela qual não há vítima – salvo os eleitores, submetidos à escatologia eleitoral. Talvez seja exagero qualificar esta como a campanha mais sórdida que já se viu no Estado. Em mais de século de República, houve coisas de fazer corar a estátua do Padre Cícero. Porém, a proliferação de meios de difusão, como Facebook e Whatsapp, somados às velhas práticas do panfleto apócrifo e do boca a boca, fazem com que o eleitor esteja exposto como nunca antes ao esgoto que emana desse submundo. Salvo em situações de extremo desespero, esses impropérios não são proferidos pelos candidatos, não vêm do eixo central da campanha nem vão parar no horário eleitoral. Porém, ambas as coordenações têm conhecimento das táticas baixas e, no mínimo, toleram e consentem – mesmo estimulam – gente responsável por fazer esse jogo sujo. Como regra, os vínculos dessa gente com as coligações são nebulosos, obscuros. As remunerações não ocorrem pelos meios convencionais. Ao menos, não costumam ser vistas nas prestações de contas. Nem tais “prestadores de serviços” aparecem nas listas. Esses agentes do subterrâneo tornam a eleição o túmulo da compostura. Todo despudor passa a ser tolerado em troca da conquista ou manutenção do poder. E aí há aspecto que em particular me causa admiração. Ser eleito para governar ou representar seu povo é certamente uma honra. Mas, a não ser que o político exerça o poder em proveito próprio, envolve também enorme esforço e dose considerável de sacrifício. Partindo do pressuposto de que a intenção não é se locupletarem, fico impressionado com a ânsia dessa gente em servir, com o ardor com que brigam para se sacrificar, com a extrema convicção de que representam o melhor projeto para a população e de que qualquer coisa diferente será uma catástrofe para o Estado. Comovente. A crítica, mesmo agressiva, é parte necessária do debate. É importante que os candidatos exponham as divergências e as diferenças de projetos. As denúncias de natureza ética, desde que embasadas e procedentes, precisam ser expostas. O eleitor precisa ficar sabendo. E, muitas vezes, só são mesmo reveladas quando há enfrentamentos e interesses contrariados. Principalmente quando os envolvidos são ex-aliados, dispõem de informações uns sobre os outros que, de outro modo, não seriam descobertas. Acusações que podem ser verdadeiras, a despeito dos interesses por trás. Porém, tudo isso precisa ser feito de modo franco, fundamentado, honesto. Não da forma escamoteada, sorrateira, vil, covarde como costuma ser feita de parte a parte. Ambos os candidatos são alvo desse tipo de artimanha. Por isso, nenhum de fato é vítima. As duas campanhas tiram proveito e são, no mínimo, coniventes com o jogo sujo, cuja sujeira lambuza o eleitor como nunca antes. Não dá para os candidatos – simultaneamente, alvos e beneficiários de tais excrecências – posarem de coitados. Como escrevi na coluna de 1º de julho, o único coitado é o povo, pelo triste espetáculo a que é exposto pelos que querem lhe arrancar o voto a todo custo. TÉO NAS TERRAS DO ESCÂNDALO DOS BANHEIROSApós a revelação do escândalo dos banheiros pelo O POVO, em 2011, houve sensível mudança na votação do deputado estadual Téo Menezes (DEM), filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teodorico Menezes, investigado por suposto favorecimento no esquema. Em 2010, Téo teve a maior votação do PSDB para a Assembleia Legislativa e a quinta maior do Estado, com 71 mil votos. Na eleição deste ano – primeira após o esquema ser desbaratado – ele teve 16.098 votos. Ficou em 76º lugar, sétimo suplente da coligação da qual faz parte o DEM, seu atual partido. Foi particularmente marcante a mudança de resultado nos cinco municípios que foram o centro do escândalo. Em Pindoretama, o parlamentar havia tido a maior votação, com 3.201 eleitores em 2010. Neste ano, teve 128 votos. Em Horizonte, ele também liderava, com 4.928. Caiu para 877. Em Chorozinho, ele havia sido o segundo colocado, com 2.947 votos. Caiu para 73. Em Cascavel, Téo havia sido o terceiro, atrás do ex-prefeito Tino Ribeiro e de Mauro Filho. Obtivera 3.710 votos. Caiu para 299. Onde houve menor queda foi em Pacajus, tradicional reduto da família Menezes. Com 3.654 votos, ele havia sido o terceiro colocado há quatro anos, atrás dos ex-prefeitos José Wilson Chaves e Fan Cunha. Caiu este ano para 1.637 e ficou em quinto. O escândalo dos banheiros envolvia verba estadual enviada para associações – que só existiam no papel – destinadas a instalar banheiros populares, que jamais foram construídos. Dirigentes de associações ocupavam cargos comissionados no TCE e eram doadores da campanha de Téo Menezes. Os cinco municípios mencionados acima foram os primeiros em que foi descoberto o escândalo e aqueles em que havia ligação direta dos investigados com os Menezes.
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