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Propostas não aprofundam soluções para gargalos do CE - QR Code Friendly
Segunda, 22 Setembro 2014 04:58

Propostas não aprofundam soluções para gargalos do CE

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  Com a tarefa nem tão simples de atrair a atenção do eleitorado, candidatos ao Governo que polarizam a disputa no Ceará têm apresentado propostas de saúde, educação e segurança pública que minimizem as demandas do Estado. Entrevistados pelo Diário do Nordeste, especialistas apontam a falta de profundidade das discussões e a ausência de debates sobre temas que não têm cunho eleitoreiro, como a burocracia da gestão pública, mas que são relevantes para definir prioridades em políticas públicas e investimentos. O professor de contabilidade pública e controladoria da Universidade de Fortaleza, Paulo Roberto Nunes, acredita que a instrumentalização do Estado é um tema que não ganha destaque nas discussões eleitorais. "Os servidores públicos, sejam técnicos ou gestores, precisam de um melhor nível de qualificação", opina. Ele acrescenta que o debate sobre modelos de gestão é mais restrito às empresas privadas do que aos órgãos públicos. "Há uma lacuna muito grande nas proposições referentes ao processo de gestão, como a administração vai ser organizada, como técnicos e gestores serão capacitados ou como serão as decisões colegiadas. O processo de gestão vai além da realização de concurso público, deve haver uma manutenção", explica Nunes, que também é auditor de controle interno na Controladoria Geral do Estado (CGE). Desigualdades Paulo Roberto Nunes afirma que os projetos para reduzir as desigualdades socioeconômicas nas regiões do Estado poderiam ser mais bem abordadas pelos candidatos. "As propostas poderiam focar mais na necessidade de como definir ações para diminuir desigualdades regionais. Temos regiões mais desenvolvidas, como Cariri e Região Metropolitana de Fortaleza, mas há outras muito carentes", atesta. O sociólogo Estevão Arcanjo, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), ressalta que os projetos de Camilo Santana e Eunício Oliveira não podem ser considerados uma ruptura ao modelo de governar o Estado nas últimas décadas tampouco se colocam como forças contrárias. "O projeto de governo das mudanças, encabeçado pelo Tasso, ainda não foi superado. É o mesmo projeto para a fruticultura, infraestrutura industrial, porto, Siderúrgica, Refinaria e turismo", sentencia. De acordo com o cientista político, não houve uma atualização da pauta, porque os projetos em questão não foram concluídos. "Foram feitos pela metade. Não se completou o trabalho de infraestrutura hídrica. O Ceará é pioneiro nos comitês de bacia, na administração de recursos hídricos, mas não foram completados trabalhos do Castanhão, da Transposição. A infraestrutura da base industrial, da Siderurgia e da Refinaria também não". Para Estevão Arcanjo, os modelos de governo propostos por Camilo e Eunício apresentam muitas semelhanças, diferentemente do que ocorre no âmbito nacional. "O Eunício é uma ruptura dos Ferreira Gomes? Não. Ele é uma continuidade, uma adaptação. Em nível federal, Marina e Aécio podem ser considerados uma ruptura no sentido mais substancial", compara. O acadêmico acrescenta que alguns gargalos do Estado continuam sem grande expressão no debate eleitoral. "O Cinturão das Águas é um avanço, mas é ínfimo. Pode ser que no próximo governo saia o projeto de Transposição (das Águas do Rio São Francisco), mas qualquer um (que for eleito) vai concluir. Na ferrovia, a Transnordestina está atrasadíssima", elucida. Educação Considerada uma das áreas centrais da gestão, a Educação tem ganhado holofotes na campanha. A ampliação da educação em tempo integral é uma das principais propostas de Camilo Santana e Eunício Oliveira. Porém, na avaliação da professora Tânia Batista, da Faculdade de Educação da UFC, a complexidade das demandas não tem sido contemplada pelos candidatos. "A política educacional não se restringe apenas a um ou outro projeto de escola integral ou profissionalizante. É muito mais complexo, envolve o financiamento. As universidades estaduais estão em greve por conta da falta de reposição das vagas de concurso, das condições de trabalho", exemplifica. Tânia Batista defende que é necessário ampliar a discussão sobre a educação avançando nas promessas feitas ao eleitor. "Deve-se pensar a política educacional nas suas múltiplas funções, como a capacitação de professores. Em período eleitoral, muitas propostas são apresentadas e muitas vezes não são viabilizadas por conta da falta de financiamento", justifica. A Segurança Pública tem sido alvo fácil de críticas no Estado. Isso porque, embora o governador Cid Gomes tenha gastado mais de R$ 1,6 bilhão na área somente em 2013, o número de homicídios no Estado não retrocedeu. Na opinião do sociólogo Geovani Facó, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), as proposições para atenuar o problema são retóricas. "São propostas inovadoras do ponto de vista de gestão democrática, do sistema de segurança, transparência, mas têm um viés muito populista, de cunho eleitoreiro e às vezes são irreais", analisa. "Algumas tentam reproduzir o imediatismo do discurso da população, que quer soluções imediatas, como o combate a bandidos, ações de repressão, polícia mais ativa, mais violenta", completa. Lorena AlvesRepórter
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