O candidato ao governo do Estado, pelo PMDB, Eunício Oliveira deixou claro para imprensa, na noite de ontem, antes do início da inauguração de seu comitê central, que nem ele, e nem os candidatos da coligação “Ceará de Todos”, que tem Roberto Pessoa do PR, como vice-governador e Tasso Jereissati (PSDB) candidato ao Senado Federal, não vão responder aos insultos proferidos por Ciro Gomes, na inauguração do comitê de Camilo Santana (PT), na última terça-feira (29). “Eu sou bastante maduro na política, na vida, tenho experiência para não cair nessas iscas”, disse Eunício. Na mesma linha, Tasso afirmou que a sua trajetória política já é uma resposta para qualquer insulto. Entretanto, Roberto Pessoa cedeu às críticas e retrucou, “[Ciro] é uma biruta do aeroporto de Camocim”.
PALANQUE
Antes do discurso de Eunício, Roberto Pessoa e Tasso, o candidato a deputado estadual, Capitão Vagner (PR), entregou um plano de segurança pública nas mãos de Eunício Oliveira. “A resposta eu vou dar agora, para o lado de lá. Enquanto eles estão com a metralhadora armada com calúnias, difamações, nós, estamos com a metralhadora armada com projetos, com trabalho”, rebateu, dando conta de que o documento foi construído pelos policiais militares, civis, agentes penitenciários, faculdades e sociólogos.
Em seguida, Tasso discursou e reafirmou que o que lhe fez voltar à política foi um compromisso firmado com o candidato peemedebista de voltar o respeito no Estado do Ceará. “Nessa campanha, nós não vamos sair nem xingando, nem ofendendo, nem batendo boca com ninguém”, disse, ressaltando que a chapa assumiu o compromisso de falar debater, apenas, os problemas sociais do Ceará.
Já Eunício Oliveira voltou a criticar grandes obras da gestão do governador Cid Gomes (Pros). “Eu quero debater os interesses da população, como a questão da saúde que é uma lástima. Temos a pior saúde dos estados do Nordeste, só não somos piores do que a Paraíba, do que o Maranhão, Sergipe, Alagoas, Pernambuco”, afirmou.
Entre os equipamentos considerados “faraônicos”, o peemedebista criticou o aeroporto de Aracati. “Há dois anos foi inaugurado e não tem uma pessoa dentro e gastaram R$ 50 milhões, para não dar continuidade nos resultados”, realçou. Já sobre o Acquário, reafirmou não ser contra, contudo, ponderou no Estado haver outras demandas prioritárias.
O candidato não deixou de criticar a Segurança Pública, uma das políticas que menos surtiu efeito positivo na gestão de Cid Gomes. “Nós temos no Ceará, um cearense morrendo a cada duas horas... O [Estado] gastou três vezes mais do que Pernambuco, que reduziu em 46% a criminalidade, no Ceará a violência cresceu em 184%”, reverberou.
PALANQUE DUPLO
Sobre as críticas de militantes que na ocasião chamavam o programa federal Bolsa Família de Bolsa Esmola, e quanto ao abrir o palanque tanto para os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), Eunício disse que as pessoas são livres para fazer qualquer tipo de comentário e afirmou ser o Bolsa Família um “importante” programa. “Se você quer saber, minha candidata é Dilma”, pontuou.
GAUDENCIO X CIRO
Após o encerramento da inauguração do Comitê Central do candidato a Governo do Estado, Eunício Oliveira, o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, que também é coordenador da Campanha do candidato repercutiu o bate-boca em sua rede social com Ciro Gomes, no dia 31. “Após eu postar o vídeo, onde o Roberto Claúdio fala bem de Eunício Oliveira nas eleições de 2010, ele entra na minha rede social, para me agredir, agredir meu partido, não me faltava outra opção, a não ser responder no mesmo estilo. Fiz uma pergunta no final que, até hoje, ficou sem resposta”, disse.
Sobre a decisão política do Prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), em demitir os secretários Jade Romero, da Coordenadoria de Participação Popular e Marlon Cambraia, da Controladoria do Município, na última terça-feira (29), pelo fato de eles serem ligados ao PMDB, Gaudencio afirmou que a postura do prefeito impactou na relação dos dois. “Não há dúvida de que confiança é como cristal, trincou, fica difícil, então há uma interferência, eu não poderia imaginar que uma eleição estadual pudesse interferir em uma eleição municipal”, concluiu.