Assunto recorrente entre os parlamentares, o aumento da violência tem motivado debates nas sessões plenárias.
Na manhã de ontem, dados contabilizados pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) de que, somente no primeiro quadrimestre, foram registrados quase 900 homicídios a bala – índice elevado se comparado ao mesmo período de 2011 - motivou críticas e cobranças até mesmo dos aliados.
O deputado Roberto Mesquita (PV) cobrou a presença do secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS), coronel Francisco Bezerra. Segundo ressaltou, já solicitou por meio de requerimento, mas ainda não foi atendido.
Na Câmara Municipal, o assunto foi abordado por diversos parlamentares. Capitão Wagner (PR) iniciou seu pronunciamento apresentando dados de matéria publicada em jornais da Cidade, onde apontam que 873 homicídios por arma de fogo foram registrados entre janeiro e abril deste ano. De acordo com ele, os dados divulgados refletem a falta de ações da Secretaria de Segurança Pública do Estado para combater a criminalidade.
Capitão Wagner frisou, ainda, o posicionamento dos gestores da segurança pública, que, em sua opinião, estão “despreparados”, citando a manutenção de apenas dois policiais nas viaturas do Ronda do Quarteirão. Cobrou também a atuação da Controladoria na apuração de algumas denúncias.
NÃO ESTÁ CERTOA crítica foi legitimada até mesmo por membros da base aliada do prefeito Roberto Cláudio (PSB). Gelson Ferraz (PRB) propôs que o assunto fosse abordado em reunião com o governo federal, com a participação da segurança nacional nas ruas.
Para Gelson Ferraz, os altos números refletem que “a forma de fazer segurança pública no Estado não está dando certo” e, portanto, não mais comparada a uma guerra, mas uma “carnificina”. Criticou, também, a facilidade na comercialização de arma de fogo. “Está na hora desta Casa pensar em tomar as rédeas desta situação e encaminhar um pedido de intervenção ao Governo Federal, cobrando segurança para Capital e Região Metropolitana”, disse.
Toinha Rocha (PSol) disse ser necessário aprofundar cada vez mais a questão da violência, que para além dos altos índices de violência, também existe a facilidade na comercialização de armas de fogo. Ela sugeriu a realização de um seminário para tratar da problemática.
MUDANÇA DE GESTÃOJá o vereador Adail Júnior (PV), que presidia a sessão ordinária, além de questionar o atual sistema de Segurança Pública, aproveitou a cobrança dos demais parlamentares para solicitar mudança na gestão da Secretaria de Segurança Pública. “Quanto a fatos, não há argumentos. Só desculpa e desculpa. Não dá mais para aguentar. Governador mude. Tá tudo errado na Segurança. Não existe fato positivo para se defender”, declarou.
GUERRA CIVILO deputado estadual Ely Aguiar (PSDC) também comentou os recentes números da violência em Fortaleza. “Nós, deputados, temos dado a nossa colaboração, apresentando projetos no sentido de reduzir a violência. Resta ao governo acatar”. Para o deputado, os índices de criminalidade atingiram patamares inaceitáveis, “nem em Serra Leoa, que está em guerra civil, se vê isso”, critica.