Vereadores do PT e PR se reuniram, no início da manhã de ontem, para definir a liderança da oposição na Câmara Municipal de Fortaleza. Guilherme Sampaio (PT) foi definido para ocupar o cargo. Na vice-liderança ficou Capitão Wagner (PR). Acontece que o PSOL também quer ocupar o espaço destinado a liderança da oposição, durante o Grande Expediente das sessões plenárias da Casa.
A vereadora Toinha Rocha (PSol) encaminhou ofício à Mesa Diretora da Casa, solicitando uma solução para o impasse, propondo uma distribuição do tempo da liderança. Segundo esclareceu, o PSol fará oposição independente ao governo Roberto Cláudio (PSB). No entanto, a aliança entre PT e PR fere o Regimento Interno (RI) da Casa. Alegou, ainda, que o partido ficaria em situação “desagradável”, caso componha um bloco de oposição com os petistas.A bancada de oposição é formada apenas pelos quatro parlamentares petistas e um republicano, tendo em vista que Adelmo Martins e Márcio Cruz, ambos do PR, não participaram da reunião, afirmando que atuarão de forma independente as propostas do governo. A reunião estava marcada para iniciar às 8h30min, mas só começou meia hora depois, aguardando a chegada de outros parlamentares.
Guilherme Sampaio, porém, garantiu não existe limitação regimental para o tamanho da oposição. Conforme ressaltou, seria que “ruim” uma oposição sem representatividade, ou mesmo mínima, assim como acontece na Assembleia Legislativa (AL).
O petista salientou, ainda, que a bancada de oposição encontra-se aberta a acolher outras legendas, inclusive apontando um segundo vice-líder e trabalhem em esquema de revezamento na Casa. Neste momento, segundo ele, é precipitado fazer qualquer “juízo de valor” sobre o atual governo. Apontando, ainda, como preocupação da oposição a “ausência de uma fisionomia próprio, da administração municipal”, além da “replicação do modelo de educação do Estado”, dentre outras. Diante do cenário, Guilherme disse temer que Fortaleza transforme-se numa “secretaria estadual”.
MESA DIRETORA“Espero que o Regimento Interno seja respeitado e não a interpretação do PSol”, disse Capitão Wagner, em referência aos questionamentos do ofício do partido socialista. Segundo ele, enquanto a oposição briga, a bancada de situação se fortalece ainda mais, haja vista que, teoricamente, algumas ações desenham o mesmo comportamento da AL em relação ao Governo.
O vereador José do Carmo (PSL), que presidia os trabalhos da sessão, se comprometeu em encaminhar o ofício à Mesa Diretora, para tratarem do assunto. Contudo, solicitou que internamente os partidos solucionem o problema.