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Quinta, 20 Setembro 2012 06:17

Coluna Política

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  Campanhas fora da lei   Mais que qualquer coisa que o candidato fale, o melhor parâmetro para projetar como se portará caso eleito é sua prática em campanha. Sobretudo aquilo que faz de errado, pois o certo pode não passar de falseamento para atrair simpatias e votos – necessariamente não nessa ordem. Mas o sujeito que pratica corrupção eleitoral, polui o meio ambiente ou degrada os espaços públicos na tentativa de atrair apoios, esse dificilmente deixará de reproduzir no mandato as práticas repugnantes da campanha. Por isso, é crucial, antes de escolher o candidato, estar atento ao modo como ele se porta, bem como a sua história e as práticas adotadas na vida pública e privada. Aí estão subsídios para conhecer quem é quem muito melhor que os truques e embalagens da marquetagem eleitoreira. Nesse aspecto, a campanha em Fortaleza é uma vergonha. Ainda que com estrutura muito acanhada, a comissão que fiscaliza a propaganda eleitoral flagrou 1,4 mil irregularidades, dentre as quais 608 viraram representações na Justiça, até agora. Mais absurdo ainda que os dois candidatos que representam estruturas administrativas – responsáveis essas por zelar pelo cumprimento da lei – sejam os maiores responsáveis, de longe, pelo maior volume de violações. Juntos, Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT) respondem por 229 representações. O candidato do PSB, por 154. O petista, por 75. Mais de uma em cada três denúncias formuladas à Justiça cabem à dupla, num universo de quase 1,2 mil candidatos. São os candidatos com mais estrutura e dinheiro. Claramente, apostam no vale-tudo e mesmo na ilegalidade na busca pelo eleitor. É triste. Mas não são os únicos. E não há santos nessa disputa. IRREGULARIDADES QUASE GENERALIZADASO candidato do Governo do Estado e o da Prefeitura de Fortaleza são líderes absolutos em infrações, mas os demais candidatos também fazem das suas. Em alguns casos, talvez só não cometam tantas infrações por lhes faltar recursos para propaganda tão ostensiva. Inácio Arruda (PCdoB) é alvo de nove representações. Contra Moroni Torgan (DEM), são seis. Heitor Férrer (PDT) responde a quatro. Marcos Cals (PSDB) e Francisco Gonzaga (PSTU), três cada um. Renato Roseno (Psol) tem contra si duas representações. E André Ramos (PPL) responde a uma. Dos 10 candidatos, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) só não informou haver representação contra o professor Valdeci Cunha (PRTB) – único, também, cuja candidatura está indeferida, por problema na prestação de contas de sua campanha a deputado federal, em 2010. Claro que os candidatos poderão se defender. Mas o cenário identificado pelos fiscais da Justiça Eleitoral é absolutamente alarmante. Sobretudo porque a equipe de acompanhamento da propaganda é bastante restrita. Se os números de irregularidades detectadas são esses, a quantidade provavelmente é muito maior.
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