A liderança de Moroni e a mudança de cenário   Ele não é fortalezense, passou mais de três anos fora do Brasil e, mesmo assim, lidera a corrida pela Prefeitura de Fortaleza. Não tem a maior nem a melhor das estruturas de campanha. Inquietos, os bastidores políticos fervilham, atrás de uma explicação para o fato de o candidato do DEM, Moroni Torgan, apesar disso, estar na frente na preferência do eleitorado na sucessão da prefeita Luizianne Lins (PT). Ao lado do candidato Inácio Arruda, o demista é o mais conhecido, poderiam argumentar. Mas o nome do PCdoB, lembremos, tem histórico parecido com o de Moroni, em relação a recall, apesar de histórias políticas diferentes. Ambos já disputaram o comando político-administrativo da Cidade três vezes, por exemplo. E já foram, cada um, para o segundo turno. Mesmo assim, o ex-deputado federal tem mais do que o dobro das intenções de voto do senador. A política tem dessas peças, apesar de seguir, tradicionalmente, uma lógica simples e direta. No caso, não seria surpreendente perceber que o grande diferencial de Moroni é, provavelmente, a capacidade de ele conseguir captar, até aqui, o sentimento contrário à imagem da gestão petista A propósito da liderança de Moroni, aparentemente consolidada, há um movimento sinuoso entre as principais candidaturas a prefeito. Lá no início, na pré-campanha, a grande aposta era a polarização dos dois nomes que entravam na disputa com a força natural das grandes coligações, também representantes das duas grandes máquinas político-administrativas. No caso, Elmano de Freitas (PT), pela Prefeitura de Fortaleza, via Luizianne Lins, e Roberto Cláudio (PSB), pelo Governo do Estado de Cid Gomes. De lá para cá, isso vem mudando. Salvo uma bicada para baixo do postulante do DEM nas próximas pesquisas de intenção de voto, já se admite que Moroni teria a primeira vaga em um eventual segundo turno. A questão seria saber quem vai disputar com ele. Mas atenção: ainda é muito cedo para se cravar esse novo cenário. A experiência de disputas anteriores recomenda aguardar o efeito do canhão eleitoral que é a fase eletrônica da disputa, no rádio e TV.