Roberto e Elmano subirão, a dúvida é quanto
A coluna iniciou ontem a avaliação do primeiro mês de campanha dos principais candidatos. Hoje será a vez do segundo time, que apareceu com apenas um dígito nas duas pesquisas já divulgadas. Ainda não chegou o grande momento dessa turma. No segundo e, sobretudo, no terceiro mês do período eleitoral, Roberto Cláudio (PSB) e Elmano de Freitas (PT) pedirão passagem. Isso é certo. O tempo no horário eleitoral é esmagadoramente maior que o dos demais, bem como a estrutura. A briga é bem desigual. A questão é saber se o crescimento será suficiente para levá-los à briga pelo segundo turno. A resposta passa pela consistência dos votos da turma que está à frente. A coluna já apontava, antes mesmo de a campanha começar, que a ida dos dois para o segundo turno era improvável. Em condições normais, a tendência é, no máximo, chegar um deles.
A FORÇA DE ROBERTO CLÁUDIONessa disputa pelo eventual espaço governista que possivelmente haja no segundo turno, Roberto Cláudio começou a campanha melhor que Elmano. As despesas contratadas no primeiro mês, segundo a Justiça Eleitoral, foram superiores às de todos os demais candidatos somados. E a diferença na planilha é visível nas ruas. O volume de propaganda do PSB é, também, pelo menos o dobro dos demais. No horário eleitoral, o tempo também será maior. E a estrutura, igualmente de ponta. O discurso, até agora, só pode ser analisado em entrevistas e debates. O que se viu não foi nada demais, mas tampouco compromete. E há coisas inteligentes. Roberto Cláudio é presidente da Assembleia Legislativa, mas se apresenta, primordialmente, como médico. O apoio do governador Cid Gomes (PSB) é onipresente em seu material gráfico, mas tem papel complementar no discurso. Muito mais eficiente que o uso que Elmano fez de seus apoiadores. Chama atenção, também, a forma como tem escolhido Renato Roseno (Psol) como alvo nos debates. Faz certa inversão da lógica das campanhas. Normalmente, os candidatos governistas são atacados e os concorrentes com o perfil de Roseno atacam. Nesse caso, o representante do Psol até ataca, mas se mostrou surpreso com alguns contra-ataques. Há um aspecto perspicaz na estratégia. Os debates, sobretudo a essa altura, não falam para o grande público. São acompanhados pela audiência mais habitual do noticiário político. Setor esse onde está a quase totalidade dos simpatizantes de Roseno. Portanto, Roberto Cláudio sabe que, perante aquele segmento, a disputa entre os dois é particularmente relevante.