HEITORZINHO PAZ E AMORHeitor Férrer (PDT) tem como bandeiras históricas a ética e a moralidade, temas que estão acima de ideologias. Mas deixou para trás o estilo brigador que fez sua fama nos parlamentos. Com receita parecida com a de Moroni, adota o estilo “Heitorzinho paz e amor”. Apesar de pertencer a partido de centroesquerda, adota estratégia para dialogar com eleitores tanto da direita como da esquerda, além daqueles que não têm lado algum. Desse modo, amplia o leque de eleitores que pode atrair. Por outro lado, sua campanha corre o risco de ficar bem insípida. É preciso conferir a reação do eleitor que se acostumou com o Heitor bom de briga. E precisará convencer de que sua principal proposta, o IJF 2, não é mera pirotecnia, tem viabilidade e, além disso, que o equipamento é necessário.
RENATO ROSENO NA CONTRAMÃORenato Roseno (Psol) se apresenta como candidato diferente e sua campanha, de fato, mostra isso. Na linha inversa de Moroni e Heitor, é agressivo com todos os adversários. Não demonstra disposição a fazer concessões e a flexibilizar suas posições em troca de votos. Apega-se à coerência e renega o pragmatismo. Até já rejeitou apoios que nem oferecidos foram – coisa que Moroni fez em eleições passadas, mas não repete hoje. Roseno não joga o mesmo jogo dos demais. Há o risco de soar arrogante, algo que o eleitor costuma renegar. Terá ainda o desafio de mostrar que o caminho ousado que indica é viável. É absolutamente legítimo que o eleitor tenha essa dúvida em relação a alguém que propõe caminho diferente de tudo já tentado. Além disso, a postura agressiva tem sido repelida por alguns dos adversários. Notadamente Roberto Cláudio (PSB) tem retrucado as investidas e feito alusão à suposta falta de viabilidade prática da proposta do Psol. O candidato do PSB parece perceber nele adversário real. E o desempenho nas duas pesquisas divulgadas justifica isso. O Psol já alcançou patamar inédito. Mas não será fácil superar essa marca e continuar a crescer. Claro que a falta de tempo e recursos atrapalha. Mas em menor grau para candidatura com esse perfil, notadamente contra convencionalismos. Caso consiga manter a demarcação em relação aos demais sem se mostrar pernóstico, tem chances nada desprezíveis de atrair a sempre surpreendente classe média progressista e insatisfeita.Amanhã a coluna fala da turma que permanece na casa de um dígito.