Sim. Pode. A informação de que o ex-secretário da Cultura do Estado, Paulo Linhares, atualmente no comando do Instituto de Estudos e Pesquisas (Inesp), da Assembleia Legislativa, assumiria a direção do Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC), responsável pela gestão do Centro Dragão do Mar, avivou esperanças. Vi gente carrancuda com a inexpressiva política cultural do governador Cid Gomes voltar a sorrir. E com razão.
Justiça seja feita, Paulo Linhares tem tudo o que a Secult precisa para desanuviar esse cenário de crise que tomou conta da pasta nos últimos anos. A começar, pelo mais básico: Paulo é um cidadão da cultura. Quer como intelectual, jornalista ou até mesmo como político, Paulo atua e sabe atuar no campo da cultura. Além disso, tem trâmite fácil tanto entre os artistas, como entre os homens e mulheres do poder. E o mais importante de tudo: é vaidoso como um todo.
Jamais Paulo Linhares aceitaria comandar algo que não fosse para deixar evidente sua marca e fazer isso reverberar. Se tem uma coisa que nunca ninguém vai poder acusar o ex-secretário é de inoperância. Paulo Linhares é um operário da criatividade, é uma máquina de ideias, e sabe, como poucos, tirar projetos do papel. Bom de briga, defende seus posicionamentos, mas dá o braço a torcer, é também aberto ao diálogo. Sobretudo, o diálogo inteligente, que sai da picuinha e corre atrás do mega e mais audacioso projeto.
Embora a notícia não seja ainda confirmada, Paulo Linhares diz apenas que está conversando com o governador, a verdade é que, enfim, Cid Gomes se deu conta de que corre contra o tempo. Reconhecidamente a secretaria mais frágil de sua gestão, a Secult requer atenção redobrada e uma força-tarefa para vencer o marasmo que a soterrou. O governador promete uma virada cultural para breve e Paulo Linhares é um excelente nome para isso. Se ele conseguir fazer o Dragão do Mar voltar a funcionar, a mudança já vai estar mais que de bom tamanho.
Magela Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Editor executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento do O POVO