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Sexta, 08 Junho 2012 06:49

Coluna Política

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  Embora a segurança pública seja a área mais problemática, é a cultura o setor mais maltratado e com condução mais complicada da administração estadual. No primeiro mandato do governador Cid Gomes (PSB), o secretário era Auto Filho, que trombou com o Palácio da Abolição – a Casa Civil em particular – durante os quatro anos. Só não foi demitido porque Cid não é disso. Mas o desempenho foi questionado dentro da gestão e, mais ainda, fora dela. Mal assumiu, Pinheiro passou meses afastados, metido numa briga judicial relacionada a seu mandato de deputado. Enquanto isso, a secretaria permaneceu paralisada. Desde que ele voltou, a Secult tampouco conseguiu deslanchar. Agora, Pinheiro sai mais uma vez, e entra novo secretário, com perspectiva de ficar apenas um mês. Ora, independentemente das qualidades de Antônio Carlos (PT), que diabos o ex-líder governista poderá fazer até o fim do mês, durante a passagem que se promete meteórica na Secult? Desenvolver políticas é que não vai. Quando estiver começando a se inteirar sobre a situação, chegará a data marcada para sua saída. Não fará nada muito diferente do que qualquer burocrata que tivesse ficado encarregado apenas de tocar as ações deixadas por Pinheiro. Todas as manifestações apontam claramente que o que aconteceu foi apenas uma acomodação. Precisavam arranjar um lugar para colocar Antônio Carlos. Não ficava bem deixar um ex-líder do governo ao relento, despejado de sua cadeira no Legislativo pela exoneração de secretários que, em sua maioria, não serão candidatos mesmo. Pelo que ele próprio declarou, está lá apenas para passar uma chuva. A Secretaria da Cultura do Ceará é que não merecia ser tratada com tanta indolência e descaso, jogada de lá para cá pelas futricas políticas. NUNCA SE MEXEU TANTO POR TÃO POUCO. TALVEZ, POR NADAProvavelmente, nunca houve na história política do Ceará tantas mudanças em um governo estadual provocadas pela vaga para apenas um candidato. Ainda mais sintomático que esse lugar solitário pode não ser ocupado por nenhum dos quatro secretários exonerados com possibilidade de concorrer. Cid repete há quase dois anos que deseja manter a aliança com o PT, apesar de colocar suas condições. Na hipótese de essa vontade se concretizar e ele declarar apoio a Elmano de Freitas, a saída dos secretários terá sido em vão. Caso contrário, no máximo um dos gestores irá concorrer. Se houver acordo, será um dos três petistas. Se não, pode ser Ferruccio Feitosa (PSB). Mas, mesmo no caso de rompimento, Roberto Cláudio (PSB) também pode ser escolhido. E não se descarte o apoio de Cid a Inácio Arruda (PCdoB). E aí vale registrar: tantas mudanças no primeiro escalão foram forçadas, em boa medida, pelo desejo do governador de adiar as decisões. O reflexo se viu em sua própria gestão. CERCO SE APERTA CONTRA TEODORICO E TÉOA atrapalhada tentativa de Teodorico Menezes retornar ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) teve como único efeito aumentar a pressão contra ele e fazer com que procedimentos que estavam em banho-maria fossem acelerados. O conselheiro afastado agora de forma inequívoca, por decisão judicial - já é um espectro político. Mas a quebra de sigilo bancário e fiscal também do deputado Téo Menezes (PSDB) mostra que o cerco também se fecha contra o deputado.
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