A impunidade, infelizmente, é um cancro que corrói áreas diversas do País com efeitos danosos para toda a sociedade. Não só no que diz respeito ao desvio de recursos que poderiam estar sendo carreados a promoção de benefícios à população, mas também quanto ao desgaste de imagem das instituições de um modo geral. As consequências da falta de punição a gestores públicos e privados envolvidos com a corrupção geram a descrença e o desestímulo aqueles que no cotidiano procuram dar o melhor de si em prol do desenvolvimento do Brasil. Por isso mesmo, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) se posiciona em relação ao rumoroso escândalo dos banheiros, denunciado pelo O POVO, determinando a quebra de sigilo bancário e fiscal de Teodorico Menezes, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), e de mais dez pessoas supostamente envolvidas no caso, entre elas o deputado estadual Téo Menezes, filho de Teodorico, a medida serve de alento para que se possa continuar a crer na retidão do Judiciário e na possibilidade de que, em breve, situações do tipo sejam fatos do passado em nosso País. Afastado desde que estourou o escândalo, há cerca de dez meses, de suas funções no TCE, Teodorico chegou a tentar um retorno ao cargo no início de maio, causando espanto e repugnância na opinião pública. Na época, o gesto foi interpretado como afronta à Justiça em vista da lentidão com que o caso era tratado na esfera jurídica. Agora, acertadamente, o Pleno do Tribunal decidiu manter o afastamento até o fim das investigações. A decisão do STJ, portanto, merece ser exaltada no sentido de que sejam garantidas as possibilidades de uma investigação a fundo, já que a medida tomada trata-se do primeiro passo de um processo que agora começa efetivamente contra o conselheiro Teodorico Menezes. O que não se podia era ficar com a sensação de que o processo nunca andaria.