Os deputados que deixaram suas siglas e ingressaram no recém-criado Partido da Mulher Brasileira (PMB) tomaram essa atitude porque têm interesse em disputar as eleições do próximo ano. Os parlamentares aproveitaram a oportunidade após o surgimento da nova legenda, uma vez que a filiação não se configura como infidelidade partidária.
Eles alegam que não tiveram garantias de que iriam disputar o pleito de 2016 nas agremiações das quais faziam parte. Com essa modificação, ao menos dois grêmios deixam de ter participação na Assembleia Legislativa.
O PRP, que desde 2010 tinha um membro na Casa, deixou de ter representantes, pois Bethrose se filiou ao PMB. O PTN também deixa de existir no Legislativo Estadual, porque o vice-líder do Governo, Júlio César Filho, ingressou no novo partido.
Segundo informações de deputados, Bethrose é pré-candidata à Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, enquanto Júlio César Filho já sinalizou interesse de disputar eleições ao Governo de Maracanaú. Seu pai, Júlio César, já foi prefeito do Município.
A deputada Laís Nunes, esposa do ex-deputado e ex-prefeito de Icó Neto Nunes (sem partido), deixou o PROS e ingressou no PMB. O grupo liderado por ele conta com cinco ex-prefeitos, mas devido ao trabalho da parlamentar na Assembleia, o nome dela está cotado para disputar a Prefeitura do Município.
Segundo Laís Nunes, havia uma insegurança no PROS, pois filiados não têm contato com as lideranças nacionais e o diálogo era escasso. Outra reclamação dos integrantes do partido é o fato de novas filiações terem que passar pelo consentimento da executiva nacional da legenda, o que motivou reclamação de muitos quadros da agremiação.
Diálogo
De acordo com Neto Nunes, para sua esposa ingressar no PMB, liderado no Ceará pelo deputado federal Domingos Neto, houve um diálogo com o ex-governador Cid Gomes, em outubro passado, em que ficou acordado que ela se filiaria à sigla.
Segundo correligionários de Odilon Aguiar, ele decidiu deixar o PROS para aderir ao PMB, pois há possibilidade de voltar a ser gestor. Ele é aliado da prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, presidente do PSD, e do deputado Domingos Neto, filho de Patrícia e presidente do PMB. Ao Diário do Nordeste, Odilon disse não ter intenção de voltar a ser prefeito, mas dependeria dos arranjos políticos dos próximos meses.