Um olho na Fifa e outro na urna Os dados são da Fifa, têm base técnica, não olham para o eleitor de Fortaleza, mas podem alcançá-lo indiretamente. A revelação, ontem, de documento que aponta a liderança do Castelão entre as obras de estádios que atenderão à Copa do Mundo de 2014, no Brasil, tem uma digital clara e animou o grupo que, dentro do PSB, parece mais entusiasmado com o nome do secretário Ferrucio Feitosa (foto) quando se fala na hipótese, a cada dia mais provável, de candidatura própria à sucessão da prefeita Luizianne Lins. Sequer dá pra dizer que exista uma disputa dele com o deputado Roberto Cláudio, presidente da Assembleia Legislativa, considerando-se a pífia intenção de votos que os dois registraram na pesquisa que o próprio partido encomendou ao Ibope sobre o cenário pré-eleitoral de Fortaleza. No entanto, olhando-se apenas para o que acontece no âmbito interno, Ferrucio passa a dispor de um trunfo que lhe dá uma dianteira importante. Os planos de Cid ficaram claros quando, na mudança de governo, do primeiro para o segundo mandato, ele entregou a Ferrucio Feitosa a missão única de tocar a obra do Castelão e garantir o cumprimento do calendário acertado com a Fifa. A encomenda tem saído melhor do que o previsto e os efeitos político-eleitorais parecem inevitáveis. Já Roberto Cláudio, permaneceu cumprindo um papel mais espinhoso, embora importante para a estratégia governista, já que lhe cabia segurar qualquer ímpeto de oposição no Legislativo. Tarefa, claro, muito menos simpática e potencializadora de uma imagem pública. O resultado é que Ferrucio tem como tirar proveito popular de suas ações, ao contrário do presidente da Assembleia. A teoria do poste, que a prefeita Luizianne Lins trouxe ao debate, depois arrependendo-se, tem muito a ver ainda com a realidade eleitoral do PSB para Fortaleza. A aposta é que, mantido o ritmo de até agora, Ferrucio encontre condições de faturar politicamente seu feito, inclusive entre as camadas populacionais mais pobres. Dai para um efeito eleitoral seria um pulo, como a história vive a registrar. Roberto Cláudio, por sua vez, padece da falta de um instrumento à mão para sair do patamar em que a pesquisa recém-publicada foi encontrá-lo. Claro que tudo isso é conjectura e que para o roteiro funcionar plenamente também é preciso combinar com o eleitor. Este, por enquanto, não demonstra-se muito atento à intensa movimentação que acontece dentro do PSB.