O deputado Heitor Férrer (PSB) chamou a atenção para o agravamento do problema da seca no Ceará e propôs a criação de um “são franciscômetro” para acompanhar as obras do rio São Francisco e do Cinturão das Águas, onde frisou serem as obras hídricas com potencial para minimizar os efeitos da seca nos próximos anos no Ceará.
“As nossas reservas estão praticamente no final, estão se acabando”, disse o parlamentar, ressaltando que 82 açudes do Ceará estão apenas com 10% de suas reservas hídricas. “Tenho a convicção de que nos oito anos do Governo Cid, apesar de grandes obras, algumas até elogiáveis, o Estado produziu a capacidade de reserva d’água de apenas 1 bilhão e 400 milhões m³. À época do ex- governador Tasso Jereissati chegou a 10 bilhões m³. Por isso que, hoje, nós, dá Capital e Região Metropolitana, não estamos ainda sentido os efeitos da seca, porque o Castanhão, que é a maior obra hídrica de todos os tempos, nos dá a garantia do fornecimento de água”, ressaltou.
Segundo Heitor, a ideia de criação do “são franciscômetro”, é para que a Casa possa fiscalizar e destacar, mensalmente, o andamento das obras, principalmente da transposição do rio São Francisco. “Nós vamos enfrentar, em 2016, o pior efeito El Niño dos últimos 50 anos”, disse, salientando que a única saída do Estado é a construção de reservatórios associado à transposição do São Francisco. “Aí quero propor a criação do são franciscômetro, para acompanhar mês a mês, como anda as obras da Transposição, que tinha a promessa de ser entregue em setembro, mas já estamos em outubro. E há uma promessa de que ela seja entregue, apenas em dezembro de 2017, quando vamos enfrentar em 2016, a pior seca dos últimos anos”, pontuou.
O pronunciamento do parlamentar motivou debate em plenário. O deputado Ely Aguiar (PSDC), lembrou o projeto de sua autoria, aprovado pela AL, que cria o Fórum Permanente de Debate sobre os Recursos Hídricos do Estado. De acordo com ele, o fórum realizaria estudos permanentes e o diagnóstico de cada região, propondo soluções imediatas para a falta d’água.