Mais uma vez , a segurança pública provocou debates na Assembleia Legislativa, ontem. O assunto ganhou destaque por conta do aumento da violência no interior do Estado, segundo destacou alguns parlamentares.
O primeiro a falar sobre o assunto, Audic Mota (PMDB), declarou que o problema da segurança é uma responsabilidade que deve ser assumida em conjunto pelos poderes federal, estaduais e municipais, cabendo aos entes municipais a atenção primária de combate à violência, no sentido de prevenir possíveis incidentes. Segundo ele, o município de Tauá tem registrado ocorrências relacionadas ao tráfico de drogas, crimes contra a vida e patrimonial, que vêm se agravando nos últimos anos.
“Os resultados de combate à violência no Estado não aparecem e não é com planejamentos no longo prazo, como a implantação do Batalhão de Divisas ou do Raio em alguns municípios, que a população vai ficar mais tranquila”, disse, acrescentando que “ninguém pode aguardar, a troco de mero discurso, que as respostas aos problemas crônicos, como a violência pública, se eternizem”.
Leonardo Araújo (PMDB), porém, afirmou que a violência sempre foi um problema na região dos Inhamuns. E, para isso, é preciso apoio do Governo do Estado e da Secretaria de Segurança Pública para tratar da insegurança e dos crescentes assassinatos na região. “Os municípios de Tauá e Parambu estão em situação de calamidade pública. Fazer obra sem investir no povo é política ineficaz. É preciso combater a violência com mais efetivo policial e ações para esses municípios”, salientou. Um caso recente foi do empresário Raimundo Noronha Filho, irmão do deputado federal Genecias Noronha, sofreu uma tentativa de assassinato por parte de um homem armado de revólver, na praça da igreja matriz de Parambu, cidade que fica a cerca de 410 quilômetros de Fortaleza. O assunto, inclusive, foi comentado por alguns parlamentares nos bastidores da AL, ao se falar do aumento da violência no interior cearense.
Também trataram do assunto os deputados Ely Aguiar (PSDC) e Danniel Oliveira (PMDB). Aguiar lamentou a falta de segurança no Ceará. “As pessoas estão cada vez mais amedrontadas com o perigo das nossas ruas. São assaltos e assassinatos acontecendo nos municípios do nosso interior, sem exceção de nenhuma região”, avaliou, cobrando ações imediatas por parte do Governo do Estado.
Defesa
O líder do Governo, na AL, Evandro Leitão (PDT), contrapôs-se às cobranças. Embora reconheça as dificuldades, o pedetista pontuou os esforços realizados pelo Executivo estadual no enfrentamento a violência. “Diversos equipamentos foram construídos e houve o anúncio, no mês passado, de um concurso público para o cargo de escrivão da Polícia Civil. Foi aprovada a Lei Camilo Santana, de promoções de policiais militares, e a Secretaria de Combate às Drogas foi criada”, disse. Além disso, lembrou da criação do Programa Ceará Pacífico, integrando várias secretarias e a implantação de equipes do Batalhão Raio no interior.
Em seguida, foi a vez de Carlos Felipe (PCdoB) reforçar a defesa. O deputado argumentou que o Governo tem atuado no sentido de reduzir os índices de criminalidade no Estado. Entretanto, reconhece que “há dificuldades” que, segundo ele, “não se acabam de uma hora para outra”.