“A Luizianne tem muita rejeição e olhe que a população não sabe como é que ela mantém a base aliada na Câmara dos Vereadores, que é feita de uma forma inescrupulosa. Tem muito mais debaixo da mesa”, acusou o peemedebista Carlomano Marques, ao referendar os resultados da pesquisa do Ibope encomendada pelo PSB que apontou baixos índices de aprovação da população fortalezense à gestão da prefeita Luizanne Lins (PT). Segundo o parlamentar, a pesquisa revela que oito em cada dez fortalezenses não acreditam na prefeita. Além disso, de acordo com ele, em cada 100 pessoas, 77 desaprovam o apoio do governador ao candidato de Luizianne. Ainda sobre a consulta, Carlomano disparou: “Não é uma pesquisa, é um obituário. A prefeita Luizianne Lins é igual a cerca velha que cai e derruba quem encosta-se nela”. Concordou com estas afirmações, o correligionário Perboyre Diógenes, que afirmou: “A prefeita precisa ter humildade e retirar o nome do ‘poste’ que ela quer eleger. Com tanto nome bom no PT, ninguém precisa de poste”, criticou. PT apoia-seem Lula e DilmaSegundo o deputado Antonio Carlos (PT), a pesquisa não beneficiou a prefeita ou os possíveis pré-candidatos do seu partido porque realizou uma análise fragmentada do contexto político. “Temos que observar como as perguntas foram feitas. Se perguntassem: ‘Você votaria no candidato do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma e da prefeita Luizianne Lins?’, tenho certeza que o resultado seria outro.” Para o petista, é necessário que os aliados analisem os resultados desta avaliação com “menos euforia e mais racionalidade”: “Não interessa ao PT o rompimento desse bloco. Não podemos dar margem para o retorno dos neoliberais, que estão torcendo pelo fim dessa aliança.”Quanto às acusações diretas do parlamentar Carlomano Marques à prefeita, Antonio Carlos rebateu: “As insinuações devem ser refutadas. Que o Carlomano siga nas acusações, porque, quando algo for provado, terei prazer em comparecer à tribuna para pedir desculpas.” E desabafa. “Temos que ter coerência e manter um debate programático.” Pré-candidaturassão analisadasPara o deputado Lula Morais (PCdoB), o bom índice do senador Inácio Arruda na pesquisa, é um reconhecimento positivo do povo de Fortaleza e um sinal de que os aliados devem unir-se e construir uma alternativa viável: “Esse resultado representa um chamamento das forças que fazem parte da base do governo Dilma e Cid, para que nós possamos, com unidade, fazer uma gestão planejada, que solucione os problemas da cidade.” Já o pré-candidato, Heitor Férrer (PSDB), destacou que os resultados apontados para o senador Inácio Arruda e Moroni Torgan seriam efeitos de “recall” de eleições passadas. O pedetista comemorou o desempenho eleitoral obtido. “É óbvio que teremos mais pesquisas, mas para mim, isso é motivo de muito regojizo, porque mostra que temos uma popularidade, e é óbvio que isso vislumbra a bom desempenho que uma candidatura nossa possa ter, mas é claro que temos que buscar aliados para ter uma candidatura forte para chegar à vitória”. Já o tucano Fernando Hugo afirmou que muita coisa ainda vai mudar nesse cenário político e alfinetou: “A parceria Cid Gomes e Luizianne, que foi feita apenas por interesses próprios, não foi nada construtiva e nada realizou para Fortaleza.” Já na Câmara...Na Câmara Municipal, muitos parlamentares classificaram a pesquisa como “retrato” da atual conjuntura eleitoral. Para o presidente da Casa, vereador Acrísio Sena (PT), quando iniciar o debate eleitoral, o cenário apresentado irá inverter-se. Isso porque, de acordo com ele, a pesquisa proporciona várias leituras. Uma delas, porém, é a transferência de voto dos principais cabos eleitorais, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma, além de mencionar a “capilaridade social e política” pertencente ao PT - que também não foi relatada. Acrísio garantiu que sua legenda deseja continuar ao lado do PSB. Questionado se a pesquisa sinaliza uma ruptura entre as siglas, o petista afirma não saber e que, caso seja, o partido está preparado para disputar a eleição vindoura. “Quando o PT mudou a data de escolha do nome, exatamente, reflete o sentimento de se alinhar ao PSB e PMDB”, disse. Para Eliana Gomes (PCdoB), sua legenda não irá se basear em pesquisa. Sobre o desempenho avaliado pela atual gestão, a comunista disse que a Prefeitura precisa dar uma resposta. Segundo ela, fazia parte do acordo a criação de um “conselho político” não para discutir cargos, mas políticas públicas para cidade. “Isso não ocorreu. Apesar dos avanços, a população quer mudança em outras áreas, como saúde, educação, mobilidade urbana e segurança”, pontuou a parlamentar, ressaltando que, talvez, a perda de alguns recursos tenha sido por falta de projetos.João Alfredo (PSOL) também chamou atenção para o alto índice de rejeição da prefeita e do atual modelo de gestão. “Algo impressionante”, segundo ele. Todavia, Alfredo comemorou o desempenho do pré-candidato do PSOL, Renato Roseno, que obteve 7% de intenção de votos nos cenários apresentados pela pesquisa. “Iremos iniciar uma campanha com grande força”, pontuou. MUDANÇAElpídio Nogueira (PSB) afirmou não ver problemas para manutenção da aliança a divulgação da pesquisa. Isso porque, segundo ele, o documento é apenas um instrumento para verificar o pensamento popular e dar encaminhamentos políticos. “Queremos saber qual o projeto para que o partido discuta o que irá fazer”, disse. Salmito Filho (PSB) corroborou com a tese, apontando que apenas 4% do eleitorado entrevistado desejam dar continuidade ao atual projeto do PT na Capital. “Só não é menor porque alguns vereadores ainda conseguem convencer e mostrar a continuidade deste governo devido ao trabalho desenvolvido em suas bases”, disse. (por Caroline Avandaño e Laura Raquel, da Redação)