Os deputados Fernando Hugo (PSDB) e Carlomano Marques (PMDB) reagiram à notícia de que um documento em francês, apresentado pela Citéluz ao processo de licitação da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza (AMC), não foi traduzido para o português por um tradutor juramentado, como exige o edital. Para os parlamentares, essa é mais uma prova de que o certame está dirigido para a Citéluz.
"Isso é um absurdo", alegou Fernando Hugo. Segundo ele, o parágrafo terceiro do edital de licitação da AMC é bastante claro: "caso haja documentos redigidos em idioma estrangeiro, os mesmos somente serão considerados se forem acompanhados da versão em português, firmada por tradutor juramentado". O tucano entregou à imprensa o documento apresentado pela Citéluz em francês, com a tradução ao lado, mas sem o carimbo da comprovação do tradutor juramentado, e questionou como a comissão de licitação não percebeu um erro tão claro.
Providências
O parlamentar pediu providências ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas dos Municípios para barrar essa licitação, pois acredita ser a terceira ou quarta vez que esse processo "esbarra na verdade dos fatos". "A Citéluz já procurou de todas as formas e modos permanecer com o contrato", avaliou.
Para Carlomano Marques, está claro que a licitação, no valor de R$ 138 milhões, está sendo realizando em favorecimento à empresa Citéluz. "A licitação da AMC já deu o que falar, e agora complicou, apareceu um documento em francês, se em português já não estava entendendo", comentou. Segundo o parlamentar, o promotor Ricardo Rocha ingressou com um agravo de instrumento contra Fernando Bezerra, ex-presidente da AMC, e contra a Citéluz.