Nos bastidores da Assembleia Legislativa, deputados estaduais já têm sondado as possibilidades no cenário político do próximo ano
FOTO: JOSÉ LEOMAR
Faltando menos de um ano e meio para as eleições de 2016, as discussões sobre o próximo pleito já estão sendo pautadas nos bastidores da Assembleia Legislativa. Entre um pronunciamento e outro, deputados debatem reservadamente possibilidades para a disputa eleitoral que se avizinha. Pelo menos oito parlamentares podem se candidatar a prefeito no próximo ano.
Na terça-feira passada, Carlomano Marques (PMDB), Silvana Oliveira (PMDB), Renato Roseno (PSOL), Fernanda Pessoa (PR) e Wagner Sousa (PR) discutiam, no próprio Plenário 13 de Maio, as possibilidades mais visíveis para as eleições municipais. Também na semana que passou, dirigentes do PSDB, PP, PPS e PROS tiveram na Casa para tentar costurar prováveis alianças.
O presidente do PSDB cearense, Luiz Pontes, foi à Assembleia, onde conversou por quase dez minutos com o deputado Tomaz Holanda, possível candidato do PPS para a Prefeitura de Quixeramobim. No encontro, o tucano chegou a convidar Holanda para aderir ao seu partido, mas o parlamentar declinou do convite.
No mesmo dia, o líder tucano firmou parceria com Carlomano Marques (PMDB) no pleito de Pacatuba, onde o peemedebista deve apoiar uma candidatura ou até ser o nome para a disputa. O ex-deputado Stanley Leão, agora no PSDB, chegou a cogitar disputar naquela cidade, mas o apoio deverá ser dado à candidatura apoiada por Marques.
A Assembleia Legislativa tem sido uma espécie de trampolim para parlamentares que desejam se tornar chefes do Executivo no Ceará. Alguns ex-deputados já tiveram êxito neste intuito, como o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que já foi presidente do Legislativo estadual, e a ex-prefeita da Capital e atual deputada federal, Luizianne Lins, ex-deputada estadual.
O governador Camilo Santana foi eleito deputado, embora tenha ficado licenciado a maior parte do mandato para assumir as secretarias do Desenvolvimento Agrário e das Cidades. O ex-governador Cid Gomes já presidiu a Casa Legislativa.
Outro caso de migração do Legislativo para o Executivo é o do ex-deputado Acilon Gonçalves, que chegou a ser prefeito do Eusébio, e de Cirilo Pimenta, que venceu o pleito de Quixeramobim. Quando o atual deputado Agenor Neto foi eleito prefeito de Iguatu, ele cumpria mandato na Assembleia.
Reedição de 2012
Nos bastidores da política local, os deputados Heitor Férrer (PDT), Renato Roseno (PSOL) e Elmano Freitas (PT), todos candidatos a prefeito de Fortaleza em 2012, são citados como possíveis postulantes neste ano. Wagner Sousa (PR) é outro que pretende entrar no embate para administrar a capital cearense.
Da atual legislatura, Júlio César Filho é apontado como possível candidato a prefeito em Maracanaú, enquanto Bruno Pedrosa (PSC), dependendo da indicação da executiva nacional do partido, pode ser candidato ao Executivo, inclusive em Fortaleza.
Da composição atual da Assembleia, nove ex-prefeitos fizeram caminho inverso: Odilon Aguiar, Agenor Neto, Antônio Granja, Augusta Brito, Welington Landim, Carlos Felipe, Robério Monteiro, Sérgio Aguiar e Manoel Duca . O deputado licenciado e hoje secretário de Esportes, Jeová Mota (PROS), já foi prefeito de Tamboril.
Parlamentares comentam na Casa sobre a possibilidade de o senador Eunício Oliveira, do PMDB, ser o nome do partido para disputar a Prefeitura de Fortaleza. Enquanto muitos não acreditam nessa hipótese, outros aliados atestam que o sentimento de revanche pode levar o dirigente regional da legenda a se candidatar na Capital.
Coligação
Há uma ala que defende uma chapa entre o deputado federal Vitor Valim (PMDB) e Wagner Sousa (PR). Outra tese levantada é que a presença de uma mulher pode equilibrar a coligação, como o nome da presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Mayra Pinheiro, do PSDB. Em entrevistas anteriores, Luiz Pontes informou ao Diáriodo Nordeste que a prioridade do partido é ter candidato próprio.
Os membros do PR na Assembleia acreditam que o PMDB não vai lançar pleiteante a prefeito de Fortaleza, o que possibilitaria aliança entre os dois partidos. Os peemedebistas, por sua vez, continuam defendendo que o partido seja cabeça de chapa. Entre aliados do prefeito, circula a informação de que Roberto Cláudio poderia deixar o PROS para filiar-se ao PDT, mas o convite não foi oficializado ao gestor.
O PSOL também terá candidato e deve manter a aliança com PSTU e PCB, a chama Frente de Esquerda Socialista. O nome mais cotado para a disputa é o do deputado Renato Roseno.