Eleito com uma base de apoio formada por cerca de 18 partidos, o governador Camilo Santana (PT) sustentou em campanha a criação de um Conselho Político, a ser presidido por ele mesmo, com assentos para os presidentes de todas as agremiações que fizessem parte da base governista. Até hoje, entretanto, não há qualquer formalização do colegiado que se reuniu pela última vez no dia 31 de outubro do ano passado, logo após o resultado do 2º turno.
A iniciativa do governador, à época, foi bastante elogiada pelos presidentes partidários, sendo vista como uma sinalização de um governo menos centralizado e mais democrático. Procurados pelo Diário do Nordeste, presidentes de legendas ponderaram não terem sido contatados sobre o assunto desde o último encontro e afirmaram estar na expectativa para serem chamados a uma nova reunião.
Para Almircy Pinto, presidente estadual do PSD, vários problemas já poderiam ter sido resolvidos se o Conselho estivesse formado. Ele citou a má interpretação da recente saída do partido do bloco formado pelo PROS, PT e PCdoB na Assembleia. "No Conselho, questões como essa seriam logo esclarecidas".
Atenção
Já o presidente do PV, Marcelo Silva, afirmou que, embora as questões técnicas sejam mais importantes para a gestão, o governador precisa dar atenção aos aspectos políticos. "Em relação às decisões da gestão, quanto mais elas forem discutidas no âmbito dos partidos e da sociedade, melhor", pontuou.
O presidente do PSC, Wellington Saboia, afirmou que o "governo não governa sozinho". Ele lamentou que o último diálogo tenha sido justamente em dezembro, antes das definições a respeito do secretariado.
Na avaliação do deputado estadual Tin Gomes, presidente do PHS, ainda há tempo para o governador regulamentar o Conselho por meio de decreto, porém ele destacou que há outras prioridades para a gestão.