Diversos deputados estaduais ocuparam a tribuna da Assembleia, ontem, para se posicionar sobre as manifestações ocorridas no final de semana em todo o Brasil. “O PT precisa fazer um meia culpa e assumir seus erros”, defendeu o deputado Welington Landim (Pros), primeiro a se manifestar sobre o assunto. “Já que o PT está caçando os corruptos, é preciso também prender os ladrões”, salientou, ressaltando não haver, porém, legalidade no impeachment da presidente Dilma Rousseff. “A população está reivindicando o impeachment por influência de outras cabeças, sem saber nem pelo que está protestando”, afirmou. O peemedebista Carlomano Marques ponderou que a sociedade foi às ruas para protestar contra o Governo, mas, principalmente, contra a corrupção. O parlamentar destacou que, desde a última eleição municipal, em 2012, já foram cassados 400 prefeitos, por improbidade administrativa. “Ou seja, roubo”, pontuou. O peemedebista classificou ainda como “farra do boi”, a existência de 30 mil cargos de comissão no governo federal e citou a Companhia Docas, no Ceará, onde assegurou existir 50 cargos e salas com dois diretores. “Isso é abuso do poder [...] O povo que sua para ganhar o seu dinheiro não pode se conformar que um agente público pegue um cartão corporativo e gaste R$ 30 mil”, assinalou. Calote eleitoral “O clamor não foi apenas contra a presidente Dilma Rousseff, mas foi pelo fim do calote eleitoral, e esperamos que a presidente da República entenda isso”, foi o que reverberou o deputado Capitão Wagner (PR). Segundo o parlamentar, o ato foi um protesto coerente do povo brasileiro, porque não tinha apenas eleitores de oposição, mas pessoas que lutavam pelo Fies (Financiamento Estudantil), pela saúde pública de qualidade, entre outras questões. “É inadmissível que o PT, que defendia a ética e a moral no passado, venha agora justificar o erro dizendo que o PSDB, o PMDB, o PR e outros partidos também faziam isso. Temos que apresentar o problema e resolver, e não procurar culpados”, ponderou. Outro a se pronunciar foi o deputado Audic Mota (PMDB). Embora seja peemedebista, Audic teceu criticas ao governo federal e afirmou estar decepcionado com o pacote de medidas a ser apresentado pela presidente Dilma. Na mesma linha, o tucano Carlos Matos (PSDB) afirmou que as manifestações são em decorrência do governo não reagir de forma satisfatória aos anseios dos brasileiros. Ainda de acordo com o tucano, o momento é oportuno para passar “o País a limpo”, o que, segundo ele, exige um novo comportamento dos políticos, aliado pelo fortalecimento das instituições públicas. Ditadura O petista Elmano Freitas, porém, lamentou as reivindicações pedindo o retorno da ditadura militar. “Não todos, mas havia cidadãos pedindo a volta dos militares sem saber que, se isso acontecesse, eles não poderiam mais se manifestar”, pontuou, ressaltando “que Governo Federal reconhece as manifestações, mas o PSDB precisa aceitar que perdeu as eleições.” Já a deputada Rachel Marques (PT) classificou como saudáveis as manifestações e também repudiou os movimentos favoráveis à intervenção militar no País.