Além de ter anunciado o secretariado de seu Governo, o governador Camilo Santana deve indicar o seu líder na Assembleia Legislativa. A próxima liderança poderá ter mais dificuldades do que aquelas que atuaram na Casa nos últimos governos de Cid Gomes, já que a representação da oposição deve aumentar. Outro problema a ser enfrentado pelo representante do Governo no Legislativo é a atuação dos deputados novatos que vão assumir um mandato parlamentar, a partir do dia 1º de fevereiro. Isso porque 24 novos deputados foram eleitos para a próxima legislatura, o que vai requerer maior jogo de cintura do próximo líder para atender aos interesses de boa parte dos membros da base governista. Nos últimos dois mandatos de Cid Gomes, pelo menos três deputados assumiram a vaga de líder do Governo na Casa, sem contar com a participação de Sérgio Aguiar (PROS), que passou alguns meses como líder. Nelson Martins (PT), Antônio Carlos (PT) e José Sarto (PROS) foram os três nomes escolhidos por Cid para representá-lo no Legislativo nos oito anos de Governo. Posicionamentos Os três líderes adotaram posicionamentos diferentes quando representantes da liderança, o que pode ser estudado por quem vai assumir o cargo nos próximos anos. Nelson Martins foi líder do Governo Cid Gomes durante todo o seu primeiro mandato e, após se destacar na defesa da gestão na Casa, foi convidado para compor os quadros da administração pública, sendo nomeado secretário de Desenvolvimento Agrário. Na gestão atual, o petista assume a Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado. Nelson Martins atuou de forma a se antecipar às críticas da oposição e, muitas das vezes, trazia detalhamentos dos questionamentos dos opositores. Como líder do Governo Cid Gomes na Assembleia Legislativa, o parlamentar foi também mediador nas reivindicações sociais e de servidores públicos estaduais junto ao Poder Executivo. Na Legislatura em que foi responsável pela liderança, o petista ainda atuou na vice-presidência das comissões de Constituição, Justiça e Redação e Trabalho, Administração e Serviço Publico e teve 100% de assiduidade na Casa no ano de 2008. Outro petista foi escolhido para liderar a base governista de Cid Gomes logo no início do segundo mandato do governador. Parlamentar ligado à ex-prefeita Luizianne Lins, o deputado Antônio Carlos deixou a função em 2012, quando o PSB (partido ao qual Cid Gomes era filiado) e o PT de Fortaleza cortaram relações políticas devido à eleição para a Prefeitura de Fortaleza. Exonerado Logo após deixar a função, Antônio Carlos assumiu a pasta da Cultura, mas foi exonerado meses depois. O parlamentar adotou uma postura mais crítica contra a gestão cidista e, com o retorno de secretários para o Poder Legislativo estadual, teve de deixar o cargo, uma vez que era suplente da coligação. Já José Sarto iniciou na liderança do Governo desde o começo de 2013, logo que a Mesa Diretora da Casa foi apresentada. O parlamentar adotou uma postura de se adiantar aos pedidos feitos pela oposição, mas, com a aproximação das eleições do ano passado, decidiu evitar que alguns requerimentos fossem aprovados, pois justifica que as matérias tinham apenas interesse político. Às vezes, a própria base aliada reclamava da falta de atenção em relação a reuniões com o líder. Quando do retorno de Nelson Martins à Casa, durante as eleições estaduais, José Sarto assumiu uma postura mais coadjuvante, enquanto o petista subiu à tribuna da Assembleia praticamente em todas as sessões ordinárias para apresentar números positivos do Governo e rebater críticas de oposicionistas.