A gestão do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) deverá ser compartilhada entre setores empresariais, poder público e setores da sociedade. É o que defende o documento conclusivo do Pacto pelo Pecém, a Agenda Estratégica para o Complexo.
LEIA TAMBÉMSão Gonçalo deve atrair empresas italiana e portuguesaEstado prospecta duas fábricas de componentes para o CIPP“Onde houve um equipamento como esse, teve impactos negativos porque não houve uma gestão compartilhada. O desafio maior é esse”, defendeu o deputado estadual Lula Morais (PCdoB), presidente do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Assembleia. A gestão é o sétimo desafio elencado no documento. Para atuar no acompanhamento das propostas, o pacto propôs um conselho da sociedade, com reuniões periódicas.
Questionado se esse modelo não geraria conflitos de interesses políticos, Morais descartou a hipótese. “O CIPP naturalmente vai acontecer porque está instalado e isso independe de gestão política”.
Ele explicou que a gestão partilhada possibilitará pensar as cadeias produtivas em polos dentro do estado, além da resolução de problemas logísticos e implementação de planos integrados. Ele citou as cadeias já em desenvolvimento em São Gonçalo (metal-mecânica em Croatá) e Guaiba (química).
O documento traça medidas de médio e longo prazo com vias ao desenvolvimento; ações de até dez anos. A agenda propõe sete desafios que vão desde o plano de gestão ambiental integrado, passando pela gestão compartilhada do Complexo.
São propostas com objetivos na parte ambiental, social e dinâmicas da população da, implantar e complementar a infraestrutura básica, desenvolver de atração e fixação de cadeias produtivas.
Lula destacou a necessidade de cadeias produtivas ligadas às empresas que serão implantadas, como a siderúrgica, refinaria, cimento, eólica, equipamentos para irrigação. Além de integrar o planejamento dos municípios do entorno. Para resolver problemas de logísticas, o estado contará com o projeto do Arco Metropolitano, autoestrada que ligará a BR-116, na altura de Pacajus, ao Porto do Pecém, além da duplicação do Anel Viário.
Já o secretário executivo do Conselho de Altos Estudos, Francisco Lopes Viana, explicou que a proposta é um plano ambiental integrado (gestão de água, energia, lixo, questão ambiental), definição de políticas públicas (educação, saúde) e capacitação.
Crítica
O economista Lima Matos, que foi secretário da Fazenda no primeiro governo do Tasso (1987-1991), destacou que há 40 anos o Ceará não consegue sair de 2% de participação do PIB. Ele disse que ainda não estamos preparados para investir R$ 40 bilhões em uma área que pode concentrar o crescimento do PIB de 2% para 3%, 4%.