A poucos dias de iniciar anúncios de sua equipe de governo, Camilo Santana (PT) tem hoje que administrar uma série de pretensões distintas em sua base aliada. Na manhã de ontem, bastidores da Assembleia fervilharam em conversas sobre a formação do governo. Entre apoiadores do petista, sobram nomes de peso com ambições de crescimento - seja no secretariado ou na nova Mesa Diretora do Legislativo.
LEIA TAMBÉMDeputados aguardam definição de Camilo para discutir Mesa"Supercomissão" da AL aprova mais de 70 matériasLíder da maior bancada da Casa, o partido de Cid Gomes (Pros) é também quem comporta maior número de “olhos grandes”. Disputa tem origem na própria escolha de Camilo como candidato pelo grupo político dos Ferreira Gomes. Até então com cinco pré-candidatos do Pros, o governador acabou freando pretensões de crescimento de diversos integrantes de seu partido ao escolher o petista.
Pré-candidato ao governo escanteado por Camilo, Zezinho Albuquerque (Pros) tem colocada como “natural” sua recondução à presidência da Assembleia. “Até por ter feito esse sacrifício na campanha, ele é hoje nome de consenso”, diz Tin Gomes (PHS). Apesar do clima de “já ganhou” anunciado, outros membros do Pros - José Sarto e Wellington Landim - têm se lançado concorrentes ao cargo.
Já Sérgio Aguiar (Pros), atual 1º secretário da Assembleia, diz que só não entrará na disputa caso Zezinho mantenha o posto. Entre deputados, no entanto, situação é vista como “contornável”, com os parlamentares podendo assumir lideranças no Legislativo ou cargos no Estado.
Atualmente fora da Mesa Diretora, Mirian Sobreira (Pros) também tem demonstrado interesse em integrar o comando do Legislativo. Nas últimas semanas, ela tem defendido representação feminina mínima na composição do grupo. “Não me sinto representada por uma chapa dessas (sem mulheres)”, disse.
Secretariado petista
Enquanto alguns buscam galgar posições no Legislativo, outros já priorizam integrar a equipe de governo. “Nós não somos hoje mais candidatos à Mesa Diretora. O PHS deixou de ser um partido só com um deputado estadual, elegemos um federal agora. Então queremos contribuir com o governo”, diz Tin Gomes, atual 1º vice-presidente da Assembleia.
Com os dois primeiros suplentes da chapa proporcional governista, o PSD busca, além de ter Leonardo Pinheiro e Professor Teodoro, manter duas secretarias que atualmente indica na gestão - Planejamento e Justiça.
Entre o partido governador, o PT, também são grandes as expectativas em torno da convocação de Camilo. Com bancada na Assembleia reduzida de cinco para dois deputados, a expectativa é que o governador “libere espaço” para posse de petistas. Por outra maneira, Camilo pode também nomear correligionários para vagas em seu primeiro escalão.
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Nomes de peso e a busca por espaços de poder
Zezinho Albuquerque (Pros) Pré-candidato do Pros protelado pela escolha de Camilo, busca manter presidência do Legislativo.
Dr. Sarto (Pros) Líder do governo Cid, é hoje visto como “grande demais” para ficar sem posição de destaque na Assembleia.
Sérgio Aguiar (Pros) Cotado para assumir Turismo, afirma que pretende continuar 1º secretário caso Zezinho fique com a AL.
Wellington Landim (Pros) Pela terceira vez consecutiva, coloca seu nome na disputa pela presidência da Assembleia Legislativa.
Mirian Sobreira (Pros) Interessada em assento na Mesa Diretora , pretende disputar ou apoiar alguém a Prefeitura de Iguatu em 2016.
Tin Gomes (PHS) Integrante por diversas vezes da Mesa da AL, pretende agora indicar espaço no governo Camilo Santana.
Petistas Reduzindo de cinco para dois número de deputados na Assembleia, PT tenta colocar suplentes ou na Assembleia ou em cargos.
PSD Com dois primeiros suplentes da coligação governista, quer a convocação de ambos, bem como indicações no governo.