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Coluna Política - QR Code Friendly
Sexta, 05 Dezembro 2014 06:11

Coluna Política

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  A ousada manobra de Camilo Para quem é pouco conhecido fora do Ceará – e o era no próprio Estado até a campanha – Camilo Santana (PT) empreende arriscada manobra nacional. A ideia de tributo nos moldes da antiga CPMF vai ao encontro de sua demanda por mais recursos para saúde. Aparentemente, não era intenção do petista tornar o assunto público, mas a informação vazou. Ele pretende conduzir a questão como articulação dos governadores, a partir do Nordeste. Mas já encontrou resistência, por exemplo, em seu colega de partido, o senador e governador eleito do Piauí, Wellington Dias. Que defende a CPMF, mas acha que o momento não é adequado. Com isso, a proposta fica mais vinculada a Camilo, que encampa a ideia e diz realizar estudos com técnicos, a serem apresentados no próximo dia 9 aos demais gestores nordestinos. A primeira incursão nacional de Camilo é extremamente ousada. Ele arrisca uma articulação desse porte antes mesmo de ter estabelecido uma marca no Ceará. E uma proposta potencialmente impopular – como costuma dizer o Jô Soares, se imposto fosse agradável, se chamaria opcional. Pela natural resistência à ideia e pelo momento político, acho pouco provável que a empreitada seja bem-sucedida. Porém, Camilo levantou o debate e, meio involuntariamente, viu-se colocado no olho do furacão. Como cabia a quem pretende ter relevância política, não recuou. Tem pouca chance de sucesso por um lado e, por outro, sofre previsível desgaste. Seus opositores – tendo à frente Eunício Oliveira (PMDB) em Brasília e Heitor Férrer (PDT) no Ceará – já se insurgiram contra. É curioso, pois o primeiro ponto de embate entre o próximo governador e seus antagonistas não diz respeito à administração estadual, mas a proposta de alcance nacional, que não se resolve no âmbito do Ceará. Camilo mexeu em questão que interessa ao governo Dilma Rousseff (PT) e aos gestores públicos como todo. Realmente, o momento pode não ser o mais propício. E pode provocar arranhão na popularidade que seria desnecessário. Daí porque apenas o governador eleito do Ceará encampou a proposta. Dilma, a maior interessada, aguarda. Mas, se o movimento crescer, Camilo adquire considerável capital político. O possível ganho é maior que o potencial desgaste, embora a chance de fracasso seja, no momento, bem maior que a de sucesso.
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