O deputado federal reeleito, Raimundo Gomes de Matos (PSDB), apesar de fazer parte do grupo de oposição ao próximo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que contribuirá com seu trabalho na Câmara Federal para que o Estado seja contemplado com mais recursos. Sem colocar dificuldades, o tucano assegurou que a bancada do PSDB irá se impor, para que 80% do orçamento das emendas sejam descontingenciadas. “O Ceará tem grandes projetos estruturantes que estão ainda sendo construídos e para que não virem elefantes brancos, precisam seguir em frente”, justificou, afirmando ainda esperar que o novo governador do Ceará tenha “força” e “competência” para conseguir os recursos federais necessários para concluí-los. “Cerca de 90% dos projetos estruturantes do Ceará pertencem à estrutura do PSDB, nos governos de Tasso Jereissati, Ciro Gomes e Lúcio Alcântara”, frisou. Segundo pontuou, é necessário que o Nordeste crie mais força no Congresso para trazer os benefícios para a região, principalmente para o Ceará. Sem citar nomes, denunciou que existem parlamentares cearenses que não vão cobrar nada do governo federal, em troca de não se “desgastarem” com a presidente Dilma Rousseff (PT). “Mas enquanto procedem assim, o Ceará deixa de receber os recursos das emendas”, complementou. “Eu vou dar todo apoio ao desenvolvimento do Ceará, mas o novo governador tem obrigação de dar um choque de gestão na área da segurança, porque a população cearense já não aguenta mais tanta violência”, pontuou. CENÁRIO NACIONAL O deputado reconhece como boa a proposta da presidente Dilma Rousseff, de buscar urgentemente fortalecer a economia nacional, onde ponderou que está em queda livre. “Nós esperamos que a presidente faça uma proposta concreta que possa seguir em frente com resultado positivo, porque só promessa não vale”, afirmou. O parlamentar observa ainda que há uma distância do discurso para a prática. “A população brasileira já esperou muito para que isso acontecesse, mas até agora nada saiu do papel”, criticou, dando conta de que, na nova administração, o PT consiga unir todo o País. “ O PSDB vai dar todo apoio para que volte a crescer a economia”, assegurou. Ao observar o resultado das eleições presidenciais, afirma que não houve unanimidade na preferência da presidente Dilma e alerta que apenas 38 % da população brasileira optaram pela continuação do projeto petista, que tem à frente Dilma Rousseff. “O resto do eleitorado optou por não comparecer às urnas, em virtude do processo eleitoral nacional, ou então votando no candidato de oposição, Aécio Neves, que teve mais de 50 milhões de votos”. Isso, segundo o deputado, aponta para a necessidade de o Brasil fazer uma reforma política, mas uma mudança que chegue aos anseios da população brasileira. O que não é possível, reclama, é o País ficar com uma estrutura pesada, sem haver o real desenvolvimento do Nordeste e, principalmente, das obras estruturantes que estão quase todas paradas. Ele disse que vai ver se os dez mil trabalhadores que existem agora vão continuar nas obras da transposição do rio São Francisco.