Guálter George, editor-executivo de Conjuntura
Há um componente que aproxima candidatos e campanhas na disputa eleitoral de 2014 no Ceará: a contradição. Ei-lo, de novo, ilustrando a entrevista de Eliana Novais, do PSB, na série de sabatinas com os postulantes ao governo do Estado. Como, por exemplo, atribuir a substituição de Nicole Barbosa como candidata à falta de densidade eleitoral quando ela própria, ao substitui-la, patina na faixa de 4% das intenções de votos? Uma explicação melhor precisa ser encontrada diante da radicalidade do gesto político adotado lá atrás. Assim como o olhar da socialista sobre as pesquisas precisa de uma maior coerência, evitando, como fez ontem, que ela comemore ou rejeite um número, quanto à credibilidade, de acordo com o cenário que indica. O melhor da série de entrevistas, também graças ao comportamento linear das bancadas de jornalistas, é a possibilidade que tem apresentado de expor os que brigam pelo comando do Executivo cearense às suas flagrantes dificuldades de justificar ações públicas que não raro se anulam entre si. Com a deputada socialista não foi diferente e, por exemplo, o discurso da nova política encontra limites quando confrontado com desafios simples. Por exemplo, uma simples cobrança por informações sobre a origem do dinheiro que banca a campanha da candidata. Proteger-se com o discurso de que a direção nacional é que cuida do assunto significa recorrer aos mais comum dos argumentos. Coisa da velhíssima política.