Guálter George, editor- executivo de Conjuntura
Pelo lado das perguntas, tivemos ontem uma interessante entrevista na abertura da série de sabatinas com os candidatos ao governo do Ceará. Camilo Santana, filiado ao PT e que representa na disputa o grupo que hoje comanda o Estado, foi posto diante de todos os temas que havia necessidade de se colocar à mesa na circunstância atual da campanha eleitoral. Os jornalistas, portanto, cumpriram a sua parte na conversa. Também Camilo poderá dizer que saiu-se bem, pois passou a ideia de ter respondido a tudo, manteve a postura de tranquilidade, enfim, atendeu aquilo que sua conveniência exigia para a circunstância. De substância, nada. Nos momentos mais importantes, eximiu-se de responsabilidade no escândalo dos banheiros, fugiu das opiniões incisivas do aliado vip Ciro Gomes sobre o adversário Eunício Oliveira, fez uma defesa meio atravessada do governo em áreas delicadas, especialmente a segurança pública. Em resumo, pouco disse de interessante, mas nada falou com potencial para criar algum tipo de problema novo para campanha, o que indica eficiência da sua parte no cumprimento do roteiro prévio certamente traçado pela assessoria. O seu desafio, afinal, é manter a postura cuidadosa, defensiva em muitos aspectos, de quem está na briga carregando o peso de ser vidraça, por representar as forças governistas, ao mesmo tempo em que mantendo a dose de agressividade necessária para tirar uma diferença que permanece fazendo do adversário peemedebista o favorito do eleitor cearense para 5 de outubro.