No dia seguinte ao fechamento das chapas majoritárias que irão disputar as eleições deste ano no Ceará, o assunto foi o principal tema em diferentes rodas de políticos. Aliados comentaram os resultados das coligações formadas, sobretudo, para o governo do Estado. Passada a fase das convenções, agora, os partidos têm até 5 de julho para protocolar o registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) das candidaturas aprovadas em convenções.
Minimizando o resultado das articulações, o deputado Domingos Neto (Pros) considerou a escolha de Camilo Santana (PT) satisfatória e prometeu trabalhar na campanha para elegê-lo. O parlamentar é filho do vice-governador Domingos Filho (Pros), cotado com um dos nomes a disputar o cargo nas eleições deste ano, e que, após a indicação do petista, deve ficar com a vaga ao cargo de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Segundo frisou, o vice-governador aceitou a decisão, uma vez que a indicação à Corte de contas fazia parte de um sonho antigo.
Ele, porém, admitiu que a disputa não será fácil e, por isso, exigirá empenho dos aliados. “Até agora, não conheci nenhuma eleição fácil, que é o caso da sucessão do governador Cid Gomes, mas, com um bom trabalho, nós vamos eleger Camilo Santana, porque ele vai continuar o importante atual projeto”, arrisca.
O deputado federal Danilo Forte (PMDB) observou que os blocos políticos do peemedebista Eunício Oliveira e do governador Cid Gomes (Pros), no que se refere à sucessão estadual, foram se definindo à medida em que os projetos, respectivamente, um de mudança e outro de continuidade, se afunilaram. Por um lado, trouxe de volta ao cenário político lideranças, até então, afastadas como o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB). O parlamentar prevê que o debate será dos mais acalorados. Isso, segundo ele, dá oportunidade de as pessoas verem o que está certo para continuar e mudar aquilo que não está dando certo.
“A nossa chapa, que tem na cabeça Eunício Oliveira, tem uma representatividade muito importante no Ceará, porque é muito forte e pode chegar em Brasília para debater os problemas do Ceará que são muitos e, até agora, sem solução”, analisa, ressaltando a promessa da refinaria, da Transposição do Rio São Francisco, que ainda não chegou e tem previsão para conclusão em 2015.
Para o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB), a candidatura de Eunício é uma conclamação do interior do Estado, que, segundo ele, cobrava uma alternativa, criticando a construção do Acquário Ceará, no valor de R$ 300 milhões, ao invés de empregar o recurso em politicas de combate à seca, dentre outras ações, além de implementar a rede elétrica de algumas comunidades.
Ele ressaltou, também, que o debate será aprofundado no que diz respeito à politica de segurança pública. O único problema para Eunício, na visão do parlamentar, será articular o palanque dividido entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Gomes de Matos enfatiza que “em algum momento” essa dubiedade deve gerar um impasse.
SEM COMENTÁRIOS
O peemedebista Mauro Benevides evitou comentar a indicação do seu filho, o deputado Mauro Filho (Pros) à disputa pelo Senado. “O voto é secreto e, por isso, não pode ser divulgado”, disse, justificando que a indicação de Mauro Filho deve ser avaliada pelos aliados de Cid Gomes (Pros).
Ele, inclusive, evitou tratar a candidatura com adversária e afirmou que a disputa dará uma grande contribuição ao Estado. Mauro Benevides é ligado ao PMDB, coligado ao ex-senador Tasso Jereissati. Em relação à Eunício Oliveira, o parlamentar apontou como “bom” candidato ao Governo, porque, segundo ele, já trabalhou em prol do Ceará, observando que as pesquisas recentes apontam para a mudança que a população tanto cobra nas ruas.
CHAPAS
A chapa majoritária dos aliados do governo ficou com Camilo Santana (PT) na cabeça de chapa com a ex-secretária de Educação, Izolda Cela (Pros), como candidata a vice-governadora do Ceará. O deputado estadual Mauro Filho (Pros) completa o grupo na disputa pelo Senado.
Já a candidatura do senador Eunício Oliveira (PMDB) ao governo é composta pelo ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR) na vaga de vice e Tasso Jereissati com a candidatura a senador da República.
Na oposição, o PSB lançou a deputada estadual Eliane Novais como cabeça de chapa. O advogado Leonardo Byma (PSB) é o vice e a ambientalista Geovana Cartaxo (Rede) entrou na disputa para o Senado.
O Psol lançou o nome do sindicalista Ailton Lopes para concorrer ao governo do Ceará. A coligação formada pelo PSTU, PCB e Psol, denominada de Frente de Esquerda Socialista, definiu ainda o nome de Jean Carlos (PCB) a vice-governador e do sindicalista Valdir Pereira (PSTU) para o Senado. (com informações de Tarcísio Colares).