Também estão sendo plantadas 2.300 árvores semiadultas, desde dezembro, em sete locais da cidade A ocupação exagerada e, muitas vezes, irregular do espaço urbano de Fortaleza, vem gerando desmatamento de áreas verdes. Na tentativa de mudar esse cenário e transformar a Capital em uma cidade mais arborizada, o Grupo Edson Queiroz lançou, no último dia 29 de fevereiro, a campanha "Plante uma árvore. Semeie esta ideia!". Depois de um mês, o resultado é que o Diário do Nordeste, em parceria com os órgãos ambientais, colaborou para o plantio de quatro mil mudas em Fortaleza. Destas, três mil foram distribuídas pelo Horto e outras mil, doadas pelo Complexo Portuário do Pecém. Além dessas ações, mais 13 mil mudas foram plantadas e acompanhadas pelo Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Copam) em 70 municípios do Estado. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), 2.300 árvores semiadultas (a partir de 1,80 metros) também são plantadas, desde dezembro, em sete locais da cidade: Lagoas do Opaia, Nossa Senhora da Glória, Itapeba, do Porangabuçu e da Parangaba, além dos Parques Rio Branco e Montenegro. A expectativa é plantar três mil árvores até o fim do semestre. De acordo com o titular do órgão, Deodato Ramalho, outro projeto que já foi iniciado é o da plantação de mudas nas escolas municipais. A ideia, segundo ele, é de que sejam semeadas plantas em todas as instituições públicas da Capital. "Estamos elaborando, em parceria com a Universidade Estadual do Ceará (Uece), o Plano Diretor de Arborização de Fortaleza e pretendemos, até o fim do ano, estar com ele pronto. A partir daí, dezenas de projetos serão desenvolvidos", diz. Conforme Deodato Ramalho, a campanha "Plante uma árvore. Semeie esta ideia!" tem contribuído muito para educação ambiental na cidade, o que ele considera importantíssimo. "Não adianta só plantar. É preciso cuidar para semear. Mas, para que isso aconteça, é essencial uma parceria entre poder público e sociedade. A campanha é fundamental para despertar na sociedade esse sentimento", avalia. De acordo com Ramalho, a Semam está priorizando o plantio das árvores em comunidades organizadas para incentivar o despertar da população. Para ele, a participação da mídia é essencial para estimular essa consciência coletiva. "Não basta só cobrar do poder público, é preciso agir e cuidar da cidade". Monitoramento Segundo Maria José Holanda, coordenadora de Educação Ambiental e Articulação Social do Copam, este é o primeiro ano que o órgão está acompanhando e monitorando o plantio de mudas em todo o Estado. "Antes, nós só distribuíamos as mudas, agora, nossos técnicos vão aos municípios, realizam palestras nas escolas e, junto com as prefeituras, escolhem as áreas adequadas para realizar o plantio. Dessa forma, agora temos a certeza de quantas são plantadas", diz. Ainda conforme Maria José, em Fortaleza, a área escolhida, no mês passado, foi o Maranguapinho. Lá, foram plantadas mil mudas. Ela explica que a escolha foi devido à mata ciliar do local e à necessidade de assoreamento do rio. "Enviamos a solicitação de adesão da campanha para os 184 municípios, mas só 70 responderam, então, realizamos o monitoramento em todos". A coordenadora ressalta que a campanha "Plante uma árvore. Semeie esta ideia!" promove a consciência ecológica em todo o Estado. Conforme Maria José, a partir da divulgação na mídia, o plantio de árvores deixa de ser apenas uma ideia e vira uma atitude. "O plantar só existe se for feito o semear. É preciso cuidar depois que a árvore é plantada e a campanha deixa isso bem claro. Vamos ajudar o nosso Estado a ficar mais verde", conclui. Capital ganha 2 mil árvores Na manhã de ontem, a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), realizou o plantio de 200 mudas de árvores no Sítio Córrego (Mondubim). Plantas semiadultas, ornamentais e frutíferas, todas nativas, serão cultivadas no espaço. As árvores foram doadas pela BSPAR Incorporações e são utilizadas na intensificação da arborização de espaços públicos da cidade. De dezembro até março, a Prefeitura fez o plantio de mais de 2.500 árvores. A arborização do Sítio Córrego atende a um pedido dos moradores da área. Foram plantados ipês, mongubeiras, flamboyants, paus-brancos, acaraubas, jatobás, oiticicas e timbaúbas, que vão arborizar o espaço em frente da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental (EMEIF) Osmírio Barreto, gerando uma área verde de lazer e passeio. A manutenção das árvores será realizada pela Associação de Moradores do Sítio Córrego. De dezembro até março, a Prefeitura de Fortaleza interveio em seis recursos hídricos, três parques, quatro escolas municipais, dois Centros de Triagem e um canteiro central. O total de 2.718 árvores foram plantadas ao longo das Regionais I, II, III, IV e VI. Ontem, a arborização chegou à Regional V. Ibiapaba terá cobertura vegetal reforçada Após levantamento de uma consultoria especializada, a Assembleia Legislativa do Ceará decidiu zerar a quantidade de carbono emitida no meio ambiente. Para compensar essa emissão, a Casa Legislativa plantará 14.540 árvores em áreas de Preservação Permanente na região da Serra da Ibiapaba. Nascentes e matas ciliares ganharão reforço nas coberturas vegetais. O replantio deve acontecer até maio. De acordo com dados do relatório de Emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), da Assembleia Legislativa, as emissões foram divididas em resíduos sólidos, fontes móveis e eletricidade consumida. A meta da Casa é que, através de ações ambientais, seja possível reduzir a emissão de gases em 38,9% até 2013. Entre as ações, estão os programas voltados para a redução de resíduos sólidos e de combustíveis fósseis, além da eficiência de energia. Parceria Para realizar o replantio na Serra da Ibiapaba, a Casa Legislativa conta com a parceria da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, além de órgãos municipais ligados à área. O replantio da cobertura vegetal é uma das etapas para que a Assembleia consiga um certificado internacional de emissão zero de carbono. Para tanto, 2010 foi estabelecido como ano-base a fim de que, a partir de então, as emissões do GEE sejam monitoradas, medidas e, assim, reduzidas. Tudo por meio de inventários anuais. O mesmo cálculo será feito em relação às emissões de 2011. Somente com a compensação florestal, referente ao ano passado, é que a Assembleia conseguirá o certificado. Esse documento tem a função de identificar oportunidades de reduzir a emissão de gases e incentivar a participação de programas voluntários. KARLA CAMILAREPÓRTER