Eleição resolvida sem eleitor?
Ao longo de sete anos e três meses de governo Cid Gomes (Pros), a oposição minguou de forma praticamente contínua. Restam figuras isoladas, como Heitor Férrer (PDT) e Luizianne Lins (PT) – opositores confinados em legendas governistas – e PSDB, PSB, PR e Psol, sem força ou abrangência estadual para representarem alternativa de poder. Eleição é negócio imprevisível e sempre podem surgir fatos novos, mas não aposto um saco de pipoca de isopor na hipótese de o futuro governador deixar o atual arco governista. Em bom português, a chance de haver disputa real na eleição do Ceará está no rompimento entre Cid e Eunício Oliveira (PMDB). Se estiverem juntos, só uma hecatombe de proporções bíblicas tira a eleição do candidato que apoiarem. Praticamente, a eleição estará definida antecipadamente, nos acordos, antes mesmo de o eleitor ser chamado a intervir.
Para a cúpula política, é o melhor dos mundos. Ainda que não fiquem com a fatia exatamente do tamanho desejado, evitam o risco de derrota total.
Para o restante, o ideal é a disputa. Se houver entendimento, os apoios políticos de baixo valem muito pouco, quase nada na hora de negociar. Mesmo governistas torcem para Eunício se lançar contra Cid. Desse jeito, eles se valorizam.