O deputado Lula Morais (PCdoB) criticou, ontem, em seu primeiro pronunciamento após o retorno da licença, a ação do Ministério Público (MP) Eleitoral que fez com que a Justiça proibisse o senador e correligionário Inácio Arruda a divulgar, em publicação, os feitos do mandato. Contra o teor da decisão judicial, o parlamentar afirmou que o MP deveria cobrar que todos os políticos prestassem contas de suas atuações.
Morais defendeu que a política deve ser feita de forma mais transparente para que seja possibilitado à população acompanhar de forma mais direta as discussões do parlamento, da Justiça e do Executivo. "A sociedade pauta que haja transparência das ações políticas. O que nos deixa preocupado é quando há um movimento do Ministério Público no sentido de cercear, impedir, proibir que algum parlamentar possa fazer a prestação de contas do que exerceu", disse.
O comunista afirmou que há muitos anos o PCdoB faz esse tipo de prestação de contas. "Ele proibiu que uma publicação do senador Inácio Arruda fosse divulgada. Se eu entregar a um colega aqui hoje, estarei causando um ilícito diante o Ministério Público", critica.
Lula Morais leu parte da publicação de Inácio Arruda que discorre sobre uma das leis propostas pelo senador, além do resumo de sete anos de seu mandato. "O senador Inácio Arruda não está certo de ser candidato, não. Tem um bocado de 'gulosos' aí que querem a vaga de senador lá no Congresso", ironiza.
Obrigação
O pedetista Heitor Férrer salientou que o homem público tem a obrigação de expor o que fez. "Feliz aquele que tem matérias para editar uma revista", disse, ressaltando que se as rádios, impressos e TVs não divulgassem o trabalho parlamentar, seria uma "catástrofe". "Externar o que fez é se colocar de forma transparente. Os parlamentares devem, sim, dizer o que fizeram para a sociedade", enfatiza.
Ely Aguiar (PSDC) também saiu em defesa de Inácio Arruda durante o pronunciamento. "O senador tem uma verba destinada a publicação destes informativos e, de repente, não pode fazer isso? Gostaria de saber, embasado em quê?", questiona.
Camilo Santana opina que foi "um absurdo" o que aconteceu ao senador Inácio Arruda e se solidarizou com o parlamentar, ressaltando que uma atitude urgente deve ser tomada pelos políticos. "O que o Inácio fez foi prestar contas de seu trabalho à frente do Senado Federal. O que está acontecendo é a judicialização da Política", critica.