A Assembleia Legislativa aprovou, ontem, por unanimidade, a indicação da deputada Patrícia Saboya ao cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Ceará (TCE/CE). A votação ocorreu logo após os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sabatinarem a parlamentar em sessão extraordinária. A vaga era anteriormente ocupada por Pedro Timbó, que a deixou vacante com sua aposentadoria. A matéria foi aprovada em turno único, secreto, por 35 votos favoráveis.
Agora, a decisão será encaminhada ao governador Cid Gomes e, em seguida, publicada no Diário Oficial. Com a nomeação, Patrícia, então, renunciará ao cargo. Depois que a parlamentar oficializar a saída da AL, a Mesa Diretora empossará o suplente de deputado Adail Carneiro (ex-PDT e agora Pros).
Após o resultado da votação, Patrícia Saboya disse que “dará o melhor” e agradeceu ao voto de confiança dado pelos parlamentares à sua indicação. Ela disse que pretende ser “completamente imparcial, implacável”, ao analisar as contas públicas, mas ressaltou avaliar que nem sempre o gestor comete erros de má-fé e por isso o acompanhamento das obras e convênios realizados deve ser minucioso. ”Não se preocupem com meu afeto com o governador Cid. O mandato dele termina este ano. Considero-me nova e ainda devo ficar no Tribunal durante muito tempo”, disse ela, ao se referir ao seu parentesco com a família Ferreira Gomes.
Patrícia, porém, evitou comentar sobre a liminar que impede o Governo do Estado de prosseguir com a Parceria Pública Privada (PPP) da Ponte Estaiada sobre o Rio Cocó, investimento de R$ 409,6 milhões. Embora tenha um juízo de entendimento sobre o assunto, neste momento, segundo ela, seria “antiético” comentar sobre um assunto polêmico em andamento na Corte de Contas. O assunto foi abordado tanto por jornalistas quanto pelo deputado Roberto Mesquita (PV), durante a sabatina. Ela reforçou ainda que antes os Tribunais eram vistos como punidores, porém, agora, possuem um caráter mais fiscalizador para acompanhar e colaborar para o desenvolvimento de gestões eficientes. “Transparência é fundamental, mas atividade educativa é mais importante para uma gestão eficiente”, defendeu.
FUNÇÃO
Os conselheiros do TCE/CE são responsáveis por fiscalizar o uso do dinheiro público e analisar as contas do Estado, além dos convênios deste com prefeituras e câmaras de vereadores.