A deputada estadual Patrícia Saboya (PDT), indicada pela Assembleia Legislativa para ocupar o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), será sabatinada hoje, a partir das 18 horas, na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. A aprovação de Saboya na sabatina e no plenário, garante sua nomeação para o cargo, que está vago com a aposentadoria compulsória do conselheiro Pedro Timbó. A sabatina será transmitida pela TV Assembleia - canal 30.
O nome de Patrícia é quase uma unanimidade. Dos 46 deputados, até ontem, apenas dois não haviam assinado o documento indicando a colega ao cargo de conselheira. Hermínio Resende (Pros) faltou às últimas sessões da AL e apenas a deputada Fernanda Pessoa (PR) não assinará o documento. Nos bastidores, a justificativa é uma rivalidade pessoal. No ano passado, as duas protagonizaram um acirrado bate-boca no plenário, após denúncias do ex-ministro Ciro Gomes (Pros) sobre a existência de um grupo de milícia na Polícia Militar.
Desde 2011, a mudança de cargo de Patrícia Saboya já era dada como certa, apesar das negativas da parlamentar. A futura conselheira já foi primeira-dama de Fortaleza, na época em que era casada com o então prefeito Ciro Gomes, hoje, secretário da Saúde do Ceará. Além disso, Patrícia já cumpriu mandato como vereadora da Capital, deputada estadual e senadora. Seu nome ainda passará pelo crivo do governador Cid Gomes. Ela está na vida pública há mais de 20 anos.
As vagas de conselheiros no TCE são divididas assim: quatro indicadas pela Assembleia Legislativa e três pelo governador do Estado, sendo duas destinadas a servidores de carreira do TCE, nas funções de procurador e auditor.
PERFIL
Patrícia Saboya é formada em Pedagogia e orientou sua trajetória política para atividades sociais, com atenção especial para a defesa dos direitos de crianças, adolescentes e mulheres. Nos anos de 1989 a 1990, foi primeira-dama do Município de Fortaleza. Entre 1991 e 1995, ela foi primeira-dama do Estado do Ceará. Em 1996, Patrícia elegeu-se vereadora de Fortaleza, e, em 1999, já deputada estadual, criou a Frente Parlamentar pela Infância e Adolescência. Em 2002, Patrícia Saboya foi eleita a primeira senadora do Ceará com 1.864.404 votos. De 2003 até o início de 2006, foi vice-líder do governo Lula no Senado. Em 2007, Patrícia assumiu a presidência da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), exercendo essa função por dois anos. Em 2009, Patrícia Saboya foi eleita quarta secretária da Mesa Diretora do Senado Federal – a primeira senadora cearense a ocupar esse importante posto. Entre os principais projetos apresentados no Senado, destaca-se a proposta de ampliação da licença-maternidade elaborada em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
PDT questionará vaga na AL
Enquanto Patrícia Saboya (PDT) acerta os últimos detalhes para trocar a Assembleia Legislativa pelo Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), nos bastidores, um imbróglio precisará ser solucionado. Com a saída de Patrícia, o suplente de deputado estadual, Adail Carneiro, é dado como certo para assumir definitivamente a vaga. O problema, porém, é que o PDT não irá aceitar a indicação. Isso porque Adail deixou o partido e se filiou ao Pros.
O presidente do PDT, deputado federal André Figueiredo, disse, em entrevista ao jornal O Estado, que encaminhará uma reclamação ao Ministério Público Eleitoral conta a indicação de Adail. A legenda quer a vaga para o suplente Evandro Leitão, ex-secretário de Ação Social do Estado e alega infidelidade partidária do primeiro suplente na ordem de sucessão.
Conforme entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os votos em eleições proporcionais pertencem aos partidos e coligações e não aos candidatos eleitos. Na prática, a medida acaba com o chamado troca-troca de partidos políticos e estabelece a fidelidade partidária entre deputados federais, estaduais e vereadores.