Os recentes incêndios contra ônibus, em Fortaleza, motivaram cobranças de deputados estaduais e vereadores. Na Assembleia Legislativa, o assunto foi levado à tribuna pelo deputado Ely Aguiar (PSDC). Ele criticou que, enquanto comércios são destruídos, as lideranças locais estão preocupadas com os acordos partidários visando às eleições deste ano, ressaltando que o País vive “uma verdadeira utopia” onde a minoria está desmoralizando o estado democrático. “Enquanto isso, a redução da maioridade, que só serve para proteger meninos de 17 anos, não é assunto abordado. Só se pensa se Pros vai se coligar com o PT. A grande discussão é essa”.
Segundo Ely, a segurança pública é o tema menos discutido no Brasil, apesar da população apontá-la como o principal problema da atualidade. O parlamentar conclamou para realização de um grande mutirão em prol da modificação do Código Penal, introduzindo, até mesmo, a prisão perpétua. Disse, ainda, que a população está de olho nas movimentações dos políticos. E defendeu a redução da maioridade penal.
Já a deputada Eliane Novais (PSB) solicitou um posicionamento do Governo e relembrou o caso ocorrido recentemente no Maranhão, onde bandidos incendiaram um ônibus matando uma criança de seis anos. Lá, o crime, segundo autoridades policiais, tem ligação direta com os problemas nas unidades prisionais, o que, segundo ela, pode também estar acontecendo no Ceará. A parlamentar ressaltou que, em 2013, a Comissão de Direitos Humanos da AL visitou os presídios cearenses, onde constatou o risco eminente de rebeliões. Eliane aproveitou, ainda, para cobrar do governo estadual a nomeação de agentes penitenciários aprovados no último concurso realizado.
O deputado Antônio Carlos concordou com a colega, ressaltando a importância de reformular a situação das unidades prisionais. “Muito foi feito, mas a situação nas unidades prisionais é gritante. Só faltava mesmo incendiar os ônibus”, declarou. Já Idemar Citó (DEM), além de repudiar os atos violentos, disse entender que o problema é nacional, porém, o Poder Público perdeu o controle. “Atirar na porta da Secretaria de Justiça! Onde vamos chegar? Hoje, somos reféns”, disse.
O deputado Heitor Férrer (PDT) também repudiou as ações. Segundo Férrer, a Estado não pode permitir que “as vítimas do sistema nos façam vitimados também”. E disse que, talvez, nas urnas, a população possa mudar a realidade atual.
PROPOSTAS
Apesar das cobranças, o deputado Ferreira Aragão (PDT) defendeu ações para acabar com a violência no Ceará, dentre elas: a realização de blitze diários nos ônibus e topics; campanhas permanentes de desarmamento; delegacias abertas diuturnamente; e a volta do Grupamento de Policiamento Militar (GPM) junto com o Ronda do Quarteirão.
CÂMARA
Já na Câmara de Fortaleza, ao citar o caso ocorrido no bairro Maraponga, o vereador Fábio Braga (PTN) solicitou que o Governo do Estado e Prefeitura da Capital adotem medidas emergenciais para os atos não voltem a se repetir. Leia mais em cotidiano na página 12.