A decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, que determinou a prisão de 12 réus condenados no julgamento do mensalão, ainda ecoa na Assembleia Legislativa. Na manhã de ontem, parlamentares de oposição comemoraram. Ao mesmo tempo, petistas saíram em defesa dos envolvidos e criticaram o pronunciamento dos opositores.
Boa parte dos petistas repudiou a forma como o chamado mensalão foi tratado pela Suprema Corte e, sobretudo, o seu resultado: a prisão de 12 réus condenados. Eles classificaram o episodio como político, uma vez que alegam que as provas apresentadas no julgamento não são suficientes para a aplicação das penas impostas.
O deputado Dedé Teixeira (PT) cobrou o julgamento do mensalão mineiro que até hoje não foi apreciado pela Justiça. O petista disse que a decisão de Joaquim Barbosa não condiz com a prática da Suprema Corte, pois, segundo ressaltou, juristas reforçam que os condenados foram “julgados injustamente, sem provas cabais”. Ele lamentou, ainda, que os envolvidos sejam vítimas de uma tentativa de linchamento moral que visa, também, segundo avalia, criminalizar o PT e influenciar na disputa eleitoral de 2014.
O deputado Antônio Carlos (PT) foi outro que partiu em defesa dos correligionários afirmando que a oposição tenta se aproveitar para derrubar o projeto petista visando às eleições do ano que vem. O parlamentar disse que até compreende a decisão do STF, mas enfatizou que o partido não irá “baixar a cabeça e aceitar que a oposição, sem bandeira e sem debate, queiram destruir o projeto do PT”, lembrando que as lideranças do partido foram condenadas no processo do mensalão “sem provas, num processo político e influenciado pela mídia conservadora”.
DESMORALIZAÇÃO
O deputado Professor Pinheiro (PT) também criticou o uso político por parte da oposição. Mais que isso, disse que “o PFL e o PSDB minguaram. O PSDB não tem nenhum deputado nesta Casa e o PFL, antigo DEM, tem três. O PFL mudou de nome por vergonha, mas é o velho PFL de guerra, conhecido por suas falcatruas”.
O petista disse que o julgamento será levado à Corte Internacional, onde o ministro Joaquim Barbosa será desmoralizado. Pinheiro afirmou que o ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, apresentará documentos que mostram que nenhuma ilegalidade foi encontrada nos levantamentos feitos, tanto pela Polícia Federal ,quanto pela instituição financeira. “Ele [ministro Joaquim Barbosa] será desmoralizado pela Corte Internacional. O julgamento não foi jurídico, mas político”, disse.
O deputado Camilo Santana (PT) também reclamou do uso político do processo, destacando que “nunca se investigou tantos atos de corrupção quanto no governo petista”. Conforme disse, as provas existentes não atestam que houve apropriação de bens para enriquecimento pessoal, e tampouco, pagamento de mesada aos condenados. Para ele, o problema é o fato do projeto petista ter conquistado independência perante aos demais países e ter retirado mais de 50 milhões de brasileiros da pobreza.
CONGRATULAÇÃO
Deputados opositores, porém, partiram na defesa do ministro Joaquim Barbosa. Fernando Hugo (PSD) requereu o envio de votos de congratulação ao desempenho do STF, assim como ao ministro, por ter solicitado a prisão dos condenados “no maior julgamento da história do Brasil”.
Idemar Citó e João Jaime, ambos do DEM, também parabenizaram a ação da Suprema Corte. “O judiciário não vai mais ter complacência com ninguém”, afirmou Idemar Citó, cobrando uma investigação da participação do ex-presidente Lula no caso.